Polícia

Feminicídio no Santa Mena repete história que inclui relacionamento conturbado e violência contra mulher

O feminicídio ocorrido no início da tarde desta quarta-feira, em Guarulhos, repete ingredientes parecidos com outros crimes do gênero que acabam, invariavelmente, com a mulher assassinada pelo companheiro. Neste caso, Cristina Lopes Pontes, 53 anos, que tinha filhos de outro relacionamento, passa a namorar com um homem mais de 20 anos mais novo.

Relação conturbada, com rejeição da parte de um dos filhos, que chegou a ser ameaçado com um tiro logo após a mãe ser morta, registro de boletim de ocorrência em agosto do ano passado por violência doméstica, separações, desencontros fazem parte da história do casal, segundo as primeiras informações apuradas.

Carlos Henrique de Oliveira, 31 anos, que trabalhava com imóveis, acabou matando Cristina, em frente ao prédio onde morava um dos filhos dela no Jardim Santa Mena, por volta das 13h. Alunos de uma escola estadual, do outro lado da rua, assistiram a cena das janelas de suas salas de aula. Viram até ele disparar mais um tiro para cima, que seria endereçado ao filho da ex-companheira.

Câmeras de segurança registraram o momento em que Cristina desce do carro de Carlos, um Jeep Renegade. Ela entra na garagem do prédio. Em seguida, desce Carlos Henrique de Oliveira. Instantes depois, o homem atira, antes mesmo de entrar na casa do filho dela, que também foi alvo do homem, mas conseguiu escapar.

O Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar (Gate) chegou a ser acionado, já que o homem ameaçava se matar. Ele permaneceu por mais de 30 minutos ao lado do corpo da ex-companheira, sem deixar ninguém se aproximar. Os policiais conseguiram entrar na residência, prenderam Carlos e o levaram ao Hospital Municipal de Urgências, já que ele aparentava ter um ferimento no ombro, de um tiro que disparou contra o próprio corpo.

A ocorrência foi registrada no 2º Distrito Policial de Guarulhos. Carlos Henrique foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por causa do feminicídio e por impossibilitar que Cristina se defendesse.

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