As vendas de veículos deram sinal de acomodação em junho, após dois meses de recuperação, com o mercado recuando 4,81% no mês passado frente a maio. Na comparação com o mesmo mês de 2021, a queda foi de 2,39%, conforme balanço divulgado nesta terça, 5, pela Fenabrave, a associação que representa as concessionárias.
No total, foram vendidas durante o mês passado 178.063 unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, como picapes e vans, caminhões e ônibus. O ritmo diário ficou próximo ao registrado em maio, até aqui o melhor resultado do ano, mas o calendário de junho, com um dia a menos de venda, contribuiu a uma maior diferença entre os dois meses.
Com isso, as vendas de veículos acumularam 1.073.937 unidades desde o primeiro dia do ano, 14,53% a menos do que nos seis primeiros meses de 2021, quando o volume passava da marca de 1 milhão.
As dificuldades de abastecimento na indústria continuaram em junho, levando a paradas por dias a semanas por falta de peças, principalmente componentes eletrônicos, em fábricas das três maiores montadoras do País: Fiat, Volkswagen e General Motors.
Os lockdowns por causa da política de covid zero da China agravaram a irregularidade no fornecimento por não só restringir as exportações de produtos chineses, como também limitar a oferta de navios e contêineres para o transporte dos materiais de outras origens, dado o congestionamento de embarcações causado pelo fechamento de portos no gigante asiático.
As interrupções na indústria de automóveis continuam em julho, com a parada nesta semana na fábrica da Nissan em Resende, no sul do Rio de Janeiro, e as férias de três semanas concedidas ontem pela Volkswagen em São José dos Pinhais, no Paraná, onde é montado o utilitário esportivo T-Cross. A Volks também vai reduzir em 24% a jornada de trabalho, e em 12% os salários, na volta, marcada para quinta-feira, dos trabalhadores que estão em férias de dez dias em São Bernardo do Campo. No ABC paulista, a montadora produz os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro.