Festival de Campos do Jordão será realizado em janeiro de 2021

O 51º Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, previsto originalmente para ocorrer em julho de 2020, será realizado entre os dias 2 e 31 de janeiro de 2021. O nome será mantido, apesar da realização no verão, e o evento seguirá as linhas de programação do ano passado, com um eixo clássico e outro popular-sinfônico, com a participação da Orquestra Jazz Sinfônica. O orçamento total previsto é de R$ 5,6 milhões.

A partir de janeiro, a parte pedagógica voltará a acontecer em Campos do Jordão – nas últimas edições, ela havia sido transferida para São Paulo em uma tentativa de diminuir os custos com hospedagens e alimentação dos alunos. O festival em janeiro não anula a realização de nova edição do evento também em julho de 2021.

"Todos os grandes eventos da secretaria previstos para o segundo semestre, como a São Paulo Gastronomia, a Festa do Imigrante e as viradas culturais estaduais, vão ocorrer de forma digital, por meio da plataforma Cultura em Casa. Assim, o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão será o primeiro grande evento cultural do governo do Estado a voltar a ser realizado presencialmente", afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa Sérgio Sá Leitão.

Estão previstos para janeiro 110 concertos em sete palcos – incluindo um novo auditório do Parque Capivari, que passou a ser administrado pela iniciativa privada. De acordo com o governo, 80% das apresentações serão gratuitas. O objetivo é que todos os concertos sejam transmitidos pela televisão, pelo rádio ou pela internet.

Como substituição ao evento em julho, foi criada uma programação batizada de Festival de Campos do Jordão em Casa: entre os dias 17 e 31 de julho, a TV Cultura e a Rádio Cultura vão apresentar 17 gravações feitas ao longo da história do evento, com atrações que incluem concertos da Osesp e da Orquestra do Festival.

Na área pedagógica, não está prevista nenhuma ação digital para 2020. Segundo Fabio Zanon, coordenador artístico e pedagógico do evento, chegou a ser discutida uma edição virtual, que acabou abandonada. "Mas precisamos levar em conta que Campos é um festival de excelência. Isso passa pela seleção de alunos e também pela escolha de grandes professores. Além disso, o festival é uma academia orquestral e levamos também em consideração que muitos dos nossos bolsistas têm problemas de conexão com a internet. Sem contar que estaríamos usando a marca do festival, ligada à cidade de Campos do Jordão, para algo que teria pouco impacto dentro da economia da cidade."

Ainda segundo Zanon, experiências como a realização do Festival de Música em Casa, que reuniu milhares de alunos de forma remota no início do mês, "mostram que há espaço para projetos de maior alcance". "Atentos a isso, pretendemos criar condições tecnológicas para realizar webinários e classes públicas pela internet, estamos discutindo isso e pretendemos já ter alguma ação montada para janeiro de 2021."

O festival, gerido pela Fundação Osesp, prevê a presença de 230 bolsistas e de 70 professores em um total de 1.600 horas de aulas. Duas novidades são o retorno da classe de composição e a criação de um curso específico para big bands.

<b>Programação</b>

A Fundação Osesp também anunciou alguns detalhes da programação de concertos. A Orquestra do Festival será regida pelos maestros Alexander Shelley e Neil Thomson; a Camerata do Festival vai trabalhar com Emmanuele Baldini, Claudio Cruz e Luis Otávio Santos; e a Osesp será regida em três concertos por Thierry Fischer, com sinfonias de Beethoven e obras de compositores brasileiros.

Também está sendo planejado um festival de piano, com nomes da nova geração que, segundo o diretor artístico Arthur Nestrovski, nunca estiveram no Brasil. "É um momento ingrato de agendas e está demorando mais do que gostaríamos para ter algumas confirmações que gostaríamos", diz ele.

Com a volta da programação pedagógica para Campos do Jordão, foi retomada pelo governo a ideia de construção de um conservatório na cidade. "O nosso objetivo era ter novidades nesse sentido ainda em 2020, mas com a necessidade de readequação de verbas provocada pela pandemia, tivemos que adiar este plano", diz Sá Leitão. A expectativa, segundo ele, é de que o projeto saia do papel em 2021 ou em 2022.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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