Cannes veste-se, mais uma vez, de gala e, a partir desta quarta-feira, 13, sedia o maior e mais glamouroso festival de cinema do mundo. Com uma novidade. O 68.º festival é o primeiro na nova gestão de Pierre Lescure na presidência, sucedendo ao lendário Gilles Jacob. Está todo mundo querendo saber o que muda no evento. Nesse primeiro ano, aparentemente, pouca coisa. Thierry Frémaux continua fazendo a seleção oficial (competição mais mostra Un Certain Regard), Christine Aimé segue sendo a attachée de presse (assessora de imprensa). Os filmes que competem à Palma de Ouro de 2015 são assinados por diretores que, durante anos, frequentaram as seleções de Thiérry/Jacob.
Hou Hsiao-hsien, Jacques Audiard, Hirokazu Kore-eda, Gus Van Sant, Jia Zhang-ke são todos habitués na Croisette – Gus até já ganhou Palma por “Elefante”, em 2003. Os novos são nomes referendados, que já participaram das seções paralelas, senão da competição – Todd Haynes, Maïwenn, Valerie Donizetti, Joachim Trier etc. A novidade é a numerosa seleção italiana, e sua contrapartida – a reduzida participação dos norte-americanos. Três autores da primeira linha do cinema italiano vão concorrer de novo à Palma, e um deles já venceu – Nanni Moretti, por “O Quarto do Filho”, em 2001. Os outros dois, Matteo Garrone e Paolo Sorrentino, já ganharam prêmios diversos.
Da mostra Un Certain Regard participam, entre outros, Naomi Kawase (“An”), Brillante Mendoza (“Taklub”) e Apichatpong Weerasethakul (“Cementery of Silence”), todos frequentadores da seleção oficial – e o último, vencedor da Palma de 2010 por “Tio Bonmee Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”. O festival vai outorgar uma Palma de Ouro especial à diretora francesa Agnès Varda e também vai homenagear Orson Welles, por seu centenário. A seção que é menina dos olhos dos cinéfilos – Cannes Classics – vai exibir versões restauradas de, entre outros grandes filmes, “Rocco e Seus Irmãos”, de Luchino Visconti.
Nenhum longa brasileiro participa da competição, mas o Brasil terá curtas na Quinzena dos Realizadores (“Quintal”, de André Novais Oliveira) e na Semana da Crítica (“Command Action”, de João Paulo Miranda). Também na Semana da Crítica, vai passar o longa “La Tierra y la Sombra”, e a estreia do diretor colombiano Cesar Acevedo é uma coprodução brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A DISPUTA DA PALMA DE OURO
“The Assassin”
De Hou Hsiao-hsien (Taiwan)
“Carol”
Direção de Todd Haynes (EUA-Reino Unido)
“Cronic”
De Michel Franco (México)
“Erran”
De Jacques Audiard (França)
“The Lobster”
De Yorgos Lanthimos (Grécia-Inglaterra-Irlanda-Holanda-França)
“Our Little Sister”
De Hirokazu Kore-eda (Japão)
“Louder Than Bombs”
Direção de Joachim Trier (Noruega-França-Dinamarca)
“Macbeth”
De Justin Kurzel (Reino Unido-França-EUA)
“Marguerite and Julien”
De Valerie Donzelli (França)
“Mon Roi”
Direção de Maiwenn (França)
“Mountains May Depart”
Direção de Jia Zhangke (China-Japão-França)
“Mia Madre”
De Nanni Moretti (Itália-França)
“The Sea of Trees”
De Gus Van Sant (EUA)
“Sicario”
De Denis Villeneuve (EUA)
“A Simple Man”
De Stephane Brize (França)
“Son of Saul”
De Laszlo Nemes (Hungria)
“The Tale of Tales”
Direção de Matteo Garrone (Itália-França-Reino Unido)
“The Valley of Love”
De Guillaume Nicloux (França)
“Youth”
Direção de Paolo Sorrentino (Itália-França-Suíça-Reino Unido)