O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 14,8% no trimestre terminado em outubro ante igual período do ano passado, divulgou a instituição nesta terça-feira, 28. O resultado mostra uma piora em relação a meses anteriores, já que, na base de comparação trimestral, a variação em setembro havia sido negativa em 12,3%.
Considerando a relação interanual mensal, a piora foi ainda mais significativa. A variação do ICST foi negativa em 19,9% em outubro de 2014, ante -16,1% em setembro e -8,4% em agosto. Este é o pior resultado da série histórica nesta base comparativa.
De acordo com a FGV, a evolução desfavorável do ICST se deve à deterioração tanto da percepção sobre a situação atual quanto sobre os meses seguintes no setor, pois o Índice de Situação Atual (ISA) passou de -9,7% em setembro para -12,9% em outubro, na análise trimestral. Já o Índice de Expectativas (IE) variou -16,5% em outubro, queda mais acentuada que a de -14,5% em setembro, na mesma base de comparação.
Na base interanual mensal, o ISA recuou 18,6% em outubro, ante -15,1%, em setembro. Já o IE aprofundou a retração passando de -16,8% em setembro para -21,0% em outubro.
Dos 11 segmentos pesquisados, nove registraram evolução desfavorável da confiança, considerando as leituras interanuais trimestrais entre setembro e outubro. Os destaques negativos no período foram os segmentos de obras para telecomunicações (de 9,3% para -10,7%), obras para geração e distribuição de energia elétrica (de -7,5% para -15,4%) e obras viárias (de -13,2% para -20,4%).
A FGV também explicou que a piora relativa do ISA neste mês foi influenciada pelo quesito situação atual dos negócios, que foi de -8,1% em setembro para -12,8% em outubro, na variação internanual do Indicador Trimestral. Já o quesito que mede a situação dos negócios para os próximos seis meses exerceu a maior influência negativa sobre o IE. A variação interanual trimestral deste quesito passou de -14,2% em setembro para -17,4%, em outubro.
Na avaliação da coordenadora de projetos da construção da FGV/Ibre, Ana Maria Castelo, o principal fator que limita a melhora da atividade no setor é a demanda insuficiente. “A demanda está fraca tanto nos segmentos que dependem das decisões privadas quanto nos segmentos de infraestrutura. Assim o ciclo de obras, que se encerra, não tem perspectiva imediata de retomada”, afirmou.