Os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia em fevereiro refletem as dúvidas em relação à velocidade possível de recuperação da economia mundial no primeiro semestre do ano e uma grande heterogeneidade entre as regiões, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 10. Depois de subir impulsionado pelo otimismo de uma possível retomada em janeiro, o Barômetro Coincidente perdeu força, enquanto o Barômetro Global Antecedente recuou.
O Barômetro Coincidente, que acompanha o ritmo da atividade econômica, subiu 1,3 ponto em fevereiro, saindo de 96,3 pontos para 97,6 pontos. Já o Antecedente, que tenta antecipar os ciclos das taxas de crescimento mundial em três a seis meses, caiu 6,9 pontos, para 104,1 pontos.
No horizonte Coincidente, apenas a região da Ásia, Pacífico & África evolui favoravelmente, enquanto as regiões da Europa e Hemisfério Ocidental contribuem de forma negativa para o resultado, informou a FGV. No Barômetro Antecedente, o Hemisfério Ocidental caminhou na contramão das demais regiões e contribui de forma ligeiramente positiva para o resultado agregado.
"Apesar do resultado positivo vindo da região da Ásia, Pacífico e África, nas demais regiões o avanço da pandemia acarretou o endurecimento das condições de isolamento social e, em consequência, da desaceleração de suas contribuições para o Barômetro Coincidente", avalia Paulo Picchetti, pesquisador do FGV IBRE.
Em termos dos setores, as variações positivas de curto prazo decorrem da baixa base de comparação enquanto a indústria, que vinha recuperando em maior intensidade, voltou a registrar variação negativa na margem.
"Todos os setores e regiões, excetuando o Hemisfério Ocidental, contribuíram negativamente para o Barômetro Antecedente, evidenciando os desafios para que o processo de imunização cumpra seu objetivo dentro do horizonte de planejamento dos próximos meses", completa Picchetti.
A região da Ásia, Pacífico & África contribui em 2,1 pontos para a alta do Barômetro Global Coincidente em fevereiro, enquanto o Hemisfério Ocidental e a Europa contribuem negativamente em 0,5 e 0,3 ponto, respectivamente.
"As dificuldades encontradas nas campanhas de imunização ocorrendo em paralelo à chegada de mutações ainda mais infecciosas da Covid-19 podem ter influenciado no resultado das duas últimas regiões", informou a FGV.
Em fevereiro, a região da Ásia, Pacífico & África foi responsável por 70% da queda do indicador agregado, seguida da Europa, que contribui negativamente com 2,2 pontos, ou 32%. Os resultados refletem as incertezas sobre a velocidade de recuperação dos países frente ao desafio da imunização global e controle da pandemia. O Hemisfério Ocidental contribui em sentido oposto ao das demais regiões, agora de forma ligeiramente positiva no mês.
Todos os Barômetros Antecedentes Setoriais recuaram em fevereiro. O conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral) e a Indústria continuam sendo os setores mais otimistas (com 111,1 e 110,0 pts., respectivamente), apesar de este último ter registrado a maior queda entre os setores no mês. O segundo maior recuo entre os Barômetros Setoriais veio do setor de Serviços, que ainda não conseguiu recuperar as perdas com a pandemia.
Em fevereiro, todos os Barômetros Antecedentes setoriais contribuíram negativamente para o resultado agregado. A Indústria contribui com 4,6 pontos para a queda do indicador geral. Os demais setores contribuíram entre 0,2 e 0,8 ponto para o resultado agregado.