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FGV: Barômetros globais apontam que economia mundial está em franca desaceleração

Os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia continuam sinalizando forte desaceleração do crescimento mundial em 2022, segundo informações divulgadas nesta manhã de sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Barômetro Global Coincidente recuou pelo sexto mês seguido, caindo 2,5 pontos em julho, para 91,5 pontos. O Barômetro Global Antecedente, por sua vez, não teve variação e ficou em 86,2 pontos. Assim, ele se estabiliza 10 pontos abaixo da média histórica de 100 pontos.

"O desempenho dos barômetros globais em julho reflete os desafios para manutenção do nível de atividades ao longo de quase todas as regiões e setores nos próximos meses. Enquanto autoridades monetárias ao redor do mundo agem para conter os aumentos generalizados de preços, do lado da oferta as restrições ainda impostas pelos problemas das cadeias de suprimentos tornam maior o esforço necessário das medidas de contenção da demanda", avaliou Paulo Picchetti, pesquisador do FGV IBRE, segundo nota divulgada pela fundação.

No Barômetro Coincidente Global, que procura acompanhar o ritmo da atividade econômica, as regiões do Hemisfério Ocidental e da Europa têm índice negativo de 1,5 e 1,1 ponto, respectivamente. Por outro lado, a região da Ásia, Pacífico & África contribui de maneira positiva com 0,1 ponto.

"A queda no indicador global é causada, pelo menos em parte, pelas restrições adicionais de fornecimento relacionadas à guerra no leste europeu. A retomada gradual da economia chinesa, após o alívio nas restrições de mobilidade adotadas em combate a um surto de Covid-19, pode ter influenciado positivamente o resultado da região da Ásia, Pacífico & África pelo segundo mês consecutivo, embora a região ainda seja responsável por mais da metade da queda de 39,2 pontos do indicador global nos últimos 12 meses", pontuou a FGV.

Já o Barômetro Antecedente Global, que mede as perspectivas de crescimento econômico nos próximos de três a seis meses, se manteve estável por razões semelhantes. "Assim como ocorre no Barômetro Coincidente, o Hemisfério Ocidental e a Europa contribuem de forma negativa em 1,0 e 0,7 ponto, respectivamente, para o resultado do Barômetro Antecedente, enquanto a região da Ásia, Pacífico & África caminha no sentido oposto, compensando parcialmente as quedas mais expressivas de meses anteriores e contribuindo com 1,7 ponto para a evolução do Barômetro Antecedente no mês", considera a fundação.

Segundo a FGV, os resultados apontam para uma piora nas expectativas de crescimento global em 2022. "(Elas) vêm piorando em decorrência da continuação da guerra entre Ucrânia e Rússia e da adoção de políticas monetárias mais restritivas em diversos países. Tais fatores têm contribuído para manter o indicador global em região desfavorável", diz a nota da FGV.

Calculados em parceria com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique, e divulgados no Brasil pela Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, os dois indicadores são formados a partir dos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países. O objetivo é alcançar a cobertura global mais ampla possível. O Barômetro Coincidente inclui cerca de mil séries temporais diferentes, enquanto o Barômetro Antecedente compreende em torno de 600 séries temporais.

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