O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina avançou 1,5 ponto na passagem do trimestre encerrado em outubro de 2017 para o trimestre encerrado em janeiro de 2018, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o instituto alemão IFO.
O indicador passou por uma mudança metodológica e passa a representar o saldo entre a proporção de avaliações positivas e negativas sobre o estado das economias da região, explicou a FGV.
Em janeiro, o ICE da América Latina teve o primeiro resultado favorável em 18 trimestres. O saldo de 1,5 ponto foi o maior desde abril de 2013, quando avançou 1,6 ponto.
A melhora foi determinada pela evolução favorável do Índice da Situação Atual (ISA) que reduziu o ritmo de perdas de -43,8 pontos em outubro de 2017 para -31,8 pontos em janeiro de 2018. No mesmo período de comparação, o Indicador das Expectativas (IE) saiu de um avanço de 53,9 pontos para 41,3 pontos.
“O resultado é positivo para a América Latina, mas o Mundo, em especial as economias desenvolvidas, registraram resultados que apontam a consolidação de um ciclo de expansão”, avaliou a economista Lia Valls, do Ibre/FGV, em nota oficial.
O ICE Mundial alcançou 26,1 pontos no trimestre encerrado em janeiro, com melhora tanto da situação atual quanto das expectativas. As principais economias do mundo desenvolvido registraram avanço nos saldos positivos, à exceção do Reino Unido, que continua no campo negativo.
O saldo do grupo Brics foi de 16,6 pontos em janeiro, com destaque para o desempenho da Índia, que ficou em 43,9 pontos. O único país na zona desfavorável do ciclo é a África do Sul (-11,5 pontos).
O Brasil passou de -8,3 pontos em outubro para 4,3 pontos em janeiro. A melhora se deve a uma redução no balanço negativo da situação atual (-73,9 pontos para -53,6 pontos). O saldo das expectativas ainda é extremamente positivo, mas recuou de 91,3 pontos para 85,2 pontos.
“A comparação entre o ICE da América Latina com outros grupos de países mostra que a região ainda está longe do clima favorável que lidera o ciclo expansivo da economia mundial. O saldo dos países da OCDE é de 33,8 pontos e das economias em desenvolvimento da Ásia é de 23,6 pontos”, ressaltou a nota da FGV.
No grupo dos 11 países selecionados para a análise da América Latina, sete estão na zona favorável (saldo positivo). Quatro destes registraram avanço no saldo positivo entre outubro de 2017 e janeiro de 2018: Brasil, Chile, Colômbia e Paraguai.