O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 0,1 ponto em abril, após avanço de 2,4 pontos em março, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador atingiu 94,5 pontos, a maior marca desde outubro de 2022 (95,7).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) registrou alta de 1,7 ponto porcentual nesta leitura, a 80,7%, o maior avanço desde setembro de 2020.
O economista do Ibre/FGV Stéfano Pacini avalia o avanço residual do ICI na margem como um movimento de estabilidade, após forte avanço na leitura de março, compensando parte dos resultados positivos do mês anterior. "As perspectivas são mais favoráveis para a produção, porém voltam a ficar cautelosas no horizonte de seis meses", afirma.
Pacini também destaca que os empresários do setor agora veem alguma melhora após um longo período de dificuldades para o escoamento de estoques. "Apesar disso, o nível da demanda ainda está abaixo do normal, e é um sinal de alerta, tendo vista as dificuldades que o Brasil enfrenta para reacelerar a atividade econômica com a manutenção da taxa de juros em patamar elevado", observa o analista.
Após forte avanço observado em março, o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,8 ponto, para 95,7 pontos. O Índice Situação Atual (ISA), por outro lado, avançou 2,0 pontos, a 93,5, e se reaproximou do nível observado em dezembro de 2022 (93,8 pontos). Houve alta da confiança em nove dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem.
Nas aberturas do IE, o indicador que mede o emprego previsto para os próximos três meses foi o que exerceu maior influência no índice, ao recuar 5,3 pontos, para 96,5 pontos. Em contrapartida, a produção prevista para o mesmo período registrou avanço de 4,3 pontos, atingindo 100,7 pontos. É a primeira vez que o indicador alcança o nível de neutralidade desde junho de 2022 (102,9 pontos).
No horizonte mais longo, de seis meses, houve piora da tendência dos negócios, com queda de 4,0 pontos no indicador, a 90,2 pontos.
Entre os componentes do ISA, o indicador que mede o nível de estoques recuou 4,3 pontos, a 105,0 pontos – quando acima de 100 pontos, esse indicador sinaliza estoques excessivos. A percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios contraiu 1,0 ponto, a 91,1 pontos, enquanto a percepção dos empresários em relação ao nível de demanda subiu 2,4 pontos, para 94,9 pontos.