O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 14,9 pontos em junho ante maio, para 80,4 pontos, informou nesta quarta-feira (1) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado sucede um avanço de 9,8 pontos em maio. Em dois meses de altas consecutivas, o índice recupera 61% das perdas provocadas pela pandemia do novo coronavírus em março e abril, embora ainda se mantenha em patamar historicamente baixo.
"A evolução tímida dos indicadores de situação atual no mês sugere que a situação econômica continuou muito fraca em junho, com destaque negativo para o setor de serviços, cujo Índice de Situação Atual encontra-se ainda bem mais próximo do seu mínimo histórico que do nível pré-pandemia. Apesar dos níveis elevados de incerteza, começa a ganhar força no meio empresarial a percepção de que o pior momento pode já ter passado. Com isso, as expectativas tornarem-se menos pessimistas, formando um cenário compatível com o de uma lenta retomada do nível de atividade econômica", avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
O Índice de Expectativas (IE-E) cresceu 19,4 pontos em junho, para 82,4 pontos. Já o Índice da situação Atual (ISA-E) subiu 8,7 pontos, para 72,6 pontos.
No IE-E, o componente de Demanda Prevista para os próximos três meses avançou 27,4 pontos, para 81,2 pontos, enquanto o item que avalia o Emprego Previsto em três meses aumentou 16,8 pontos, para 74,5 pontos. O componente de expectativas com a Situação dos Negócios num horizonte de seis meses avançou 13,7 pontos, para 80,0 pontos.
Em junho, houve melhora na confiança nos quatro grandes setores – com alta mais expressiva dos índices de expectativas – e em todos os 49 subsetores pesquisados.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.777 empresas dos quatro setores entre os dias 1 e 25 de junho.