A confiança do empresário do comércio manteve a trajetória de declínio no terceiro trimestre. O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 8,7% na comparação com igual período de 2013, divulgou na manhã desta sexta-feira, 26, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em agosto, a taxa trimestral interanual havia sido menos intensa, com queda de 7,3%.
“O resultado da Sondagem do Comércio em setembro capta certa frustração do setor com a evolução das vendas ao longo do terceiro trimestre. O nível de demanda é avaliado de forma muito desfavorável e as expectativas para o final do ano continuam menos otimistas que no mesmo período de 2013”, avaliou a FGV, em nota oficial.
No terceiro trimestre, o Icom ficou em 112,7 pontos. Em igual período de 2013, o indicador havia ficado em 123,5 pontos.
O resultado decorreu principalmente da percepção sobre o momento atual. O Índice da Situação Atual (ISA-COM) teve queda de 15,9% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado. Em agosto, a variação trimestral havia sido de -12,1% na mesma comparação.
Na média de julho a setembro, 10,2% das empresas consultadas avaliaram o nível atual de demanda como forte (contra 16,4% em igual período do ano anterior), e 30,6% como fraca (contra 21,8% na mesma base).
Já o Índice de Expectativa (IE-COM) caiu 4,2% nos três meses até setembro ante igual período de 2013. Até agosto deste ano, a queda era de 4,3%, na mesma base.
A coleta de dados para a edição de setembro da sondagem foi realizada entre os dias 02 e 23 deste mês e obteve informações de 1.206 empresas.
Puxando a queda
A deterioração da confiança do comércio em setembro foi puxada pelos segmentos mais tradicionais da atividade, o chamado varejo restrito. O atacado e o comércio de materiais de construção também se mostrou menos confiante no período.
Por outro lado, o segmento de veículos, motos e peças estancou as perdas neste mês, diante de expectativas melhores em relação ao futuro. No conjunto, a confiança do comércio caiu 8,7% no terceiro trimestre, intensificando a taxa observada nos três meses até agosto (-7,3%), sempre em relação a igual período de 2013.
No varejo restrito, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 7,5% no terceiro trimestre, enquanto em agosto a taxa trimestral havia ficado em -6,5%, ambos em relação a igual período do ano passado. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), as expectativas até melhoraram neste grupo (-5,4%, ante -5,6% na mesma base), mas em intensidade insuficiente para deter as perdas verificadas na percepção sobre a situação atual.
O atacado, que responde por cerca de um terço do índice, também piorou na passagem do mês. A queda foi de 8,4% no terceiro trimestre, contra recuo de 6,2% nos três meses até agosto, ambos contra igual período de 2013.
Os empresários do comércio de material de construção, um dos setores que forma a versão ampliada do varejo, também ficaram menos confiantes. O Icom do segmento passou de -8,3% no trimestre encerrado em agosto para -10,0% nos três meses até setembro – também na comparação anual.
O setor de veículos, motos e peças, que completa o varejo ampliado, sustentou a confiança no mesmo patamar verificado em agosto. Assim, o Icom se manteve com queda de 13,8% no terceiro trimestre ante igual período de 2013. Segundo a FGV, houve melhora das expectativas (-5,9% para -5,3%), mas o movimento não anulou a piora na percepção da situação atual.