O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 2,1 pontos em junho, para 83,9 pontos, informou nesta segunda-feira, 2, a Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE). É o menor patamar do indicador desde fevereiro, quando atingiu 82,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pela primeira vez no ano, em 0,4 ponto. A crise política detonada em maio pelas delações de executivos da JBS influenciou o resultado.
“A queda de junho interrompe uma sequência de cinco altas consecutivas do ICE, com um resultado influenciado pelo aprofundamento da crise política após 17 de maio. Caso esta tendência de queda da confiança não seja revertida, o mau humor se refletirá no dia a dia das empresas, levando, por exemplo, a revisões de contratações anteriormente planejadas ou postergações de investimentos, tornando ainda mais lenta a recuperação da economia”, alerta Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas Públicas do FGV/IBRE.
O ICE agrega os dados das sondagens de confiança da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo do índice leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
A maior contribuição para a queda da confiança em junho veio do Índice de Expectativas (IE-E), com queda de 1,9 ponto em relação a maio, para 91,2 pontos. Já o Índice de Situação Atual (ISA-E) caiu 0,5 ponto, para 79,4 pontos.
Segundo a FGV, a distância ainda grande entre o nível dos indicadores que medem a percepção atual dos empresários e as expectativas futuras, é observada nas quatro sondagens setoriais. O setor com maior diferença entre ISA e IE é a Construção, com 20,9 pontos, seguida por Comércio com 12,8 pontos, Serviços com 9,0, e Indústria com 5,1 pontos.
A queda da confiança empresarial em junho ocorreu na Indústria, nos Serviços e no Comércio, como mostra a tabela abaixo. Na Construção, houve um leve aumento, de 0,2 ponto, após queda de 2,5 pontos no mês de maio.
Em junho, a confiança recuou em 59% dos 49 segmentos integrantes do ICE. Apesar disso, em virtude da alta nos meses anteriores, considerando-se médias trimestrais, a proporção de segmentos em alta ainda supera os 50% do total.
Foram coletadas informações de 4.974 empresas entre os dias 01 e 27 de junho. A próxima divulgação do ICE ocorrerá em 01 de agosto.