A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses recuou 0,2 ponto porcentual em agosto, para 4,3%, ante um resultado de 4,5% obtido em julho, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado nesta sexta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O resultado marca o novo piso histórico do levantamento. Em relação a agosto de 2019, houve redução de 0,8 ponto porcentual. "Apesar da pressão de alguns preços em agosto, como gasolina e energia elétrica, os consumidores continuam otimistas em relação às perspectivas de inflação para os próximos doze meses. Isso sugere que o cenário de atividade econômica deprimida aliado às baixas expectativas do mercado continuam exercendo forte influência nas expectativas dos consumidores, levando a novos mínimos históricos", avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, 57,5% dos consumidores projetaram em agosto valores abaixo da meta de inflação de 4% perseguida pelo Banco Central em 2020. Já a proporção de consumidores projetando inflação acima do limite superior da meta de inflação para 2020 (5,5%) diminuiu de 30,1% em julho para 28,3% em agosto.
Na análise por faixas de renda, todas diminuíram suas expectativas medianas para a inflação nos 12 meses seguintes, principalmente as famílias de menor poder aquisitivo. Entre as famílias com renda mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, a inflação estimada caiu de 5,3% em julho para 4,9% em agosto. Já as famílias com renda acima de R$ 9,6 mil renovaram o piso histórico pelo terceiro mês seguido, com recuo de 0,1 ponto porcentual em agosto, para 3,5%.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.