Estadão

FGV: IGP-10 de maio desacelera a 0,10% ante alta de 2,48% em abril

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) arrefeceu a 0,10% em maio, após ter aumentado 2,48% em abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 17. O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo <i>Projeções Broadcast</i>, que esperavam desde uma queda de 0,51% a uma alta de 0,45%, mas inferior à mediana positiva de 0,22%.

Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de maio, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram queda de 0,08%, ante uma elevação de 2,81% em abril. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram aumento de 0,54% em maio, após o avanço de 1,67% no mês passado.

Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve alta de 0,74% em maio, depois de subir 1,17% em abril.

O IGP-10 acumulou um aumento de 7,73% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 12,13%. O período de coleta de preços para o indicador de maio foi do dia 11 de abril a 10 deste mês.

O recuo no custo da energia elétrica, devido ao fim da cobrança extra sobre as contas de luz decorrente do acionamento da bandeira tarifária de Escassez Hídrica, puxou a desaceleração na inflação ao consumidor dentro do IGP-10 de maio.

Cinco das oito classes de despesa do IPC-10 registraram taxas de variação mais baixas: Habitação (de 1,62% em abril para -2,37% em maio), Transportes (de 3,42% para 1,23%), Alimentação (de 1,88% para 1,39%), Vestuário (de 1,24% para 1,03%) e Comunicação (de -0,05% para -0,11%). As principais contribuições partiram dos itens: tarifa de eletricidade residencial (de 2,10% para -12,93%), gasolina (de 7,62% para 1,10%), hortaliças e legumes (de 13,32% para 4,10%), acessórios do vestuário (de 1,41% para 0,36%) e mensalidade para internet (de -0,20% para -0,58%).

Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Educação, Leitura e Recreação (de 0,95% para 3,19%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,39% para 1,25%) e Despesas Diversas (de 0,59% para 0,63%). As maiores influências foram de passagem aérea (de 4,73% para 19,29%), medicamentos em geral (de 0,67% para 4,20%) e serviços bancários (de 0,68% para 1,16%).

<b>Commodities</b>

O recuo nos preços das commodities puxou a deflação no atacado medida pelo IGP-10 de maio, informou a FGV. "A queda verificada entre abril e maio nos preços de grandes commodities agrícolas (de 0,23% para -1,72%) e minerais (de 0,77% para -3,17%) contribuiu para a queda da inflação ao produtor. O recuo dos preços das commodities já influencia a taxa em 12 meses do grupo matérias-primas brutas (-2,77%). Ainda ao produtor, as taxas de variação dos bens intermediários (de 4,26% para 0,89%) e dos bens finais (de 4,07% para 1,12%) também apresentaram desaceleração, mas a variação acumulada em 12 meses para estes estágios de processamento se mantém em patamar muito elevado, 25,70% e 19,49%, nesta ordem, o que sustenta repasses que chegam gradualmente ao varejo", afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) passou de uma alta de 2,81% em abril para uma deflação de 0,08% em maio.

Na análise por estágios de processamento, o grupo Bens Finais desaceleraram de 4,07% em abril para 1,12% em maio, tendo como principal contribuição o subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 15,92% para 0,70%.

A taxa do grupo Bens Intermediários arrefeceu o ritmo de alta de 4,26% em abril para 0,89% em maio, puxado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 17,65% para -0,59%.

O grupo Matérias-Primas Brutas passou de um aumento de 0,36% em abril para um recuo de 2,07% em maio, sob a contribuição dos itens: minério de ferro (de 1,07% para -3,66%), milho em grão (de -1,52% para -8,49%) e mandioca/aipim (de 17,05% para -4,94%). O café em grão recuou com menor intensidade, de -11,23% em abril para -2,06% em maio, enquanto houve pressão maior dos itens cana-de-açúcar (de -0,21% para 1,65%) e suínos (de -2,32% para 8,55%).

<b>Construção</b>

A estabilidade no custo da mão de obra desacelerou a inflação da construção dentro do Índice Geral de Preços – 10 de maio.

Dentro do INCC-10, o Índice que representa o custo de Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de um aumento de 1,01% em abril para uma elevação de 1,41% em maio. Os gastos com Materiais e Equipamentos tiveram alta de 1,52% em maio, enquanto os custos dos Serviços tiveram elevação de 0,86% no mês.

Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de uma alta de 1,34% em abril para um ligeiro avanço de 0,01% em maio.

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