Quase 60% das famílias de baixa renda começaram o ano de 2022 inadimplentes, segundo um quesito especial da Sondagem do Consumidor apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Se considerado todo o universo da pesquisa, 32% dos entrevistados afirmaram que havia pelo menos uma pessoa de sua residência com dívidas em atraso. A inflação foi o principal motivo apontado pelos consumidores como justificativa para o atraso no pagamento de contas (mencionado por 30,1%), seguida pela dificuldade em aumentar a renda (25,6%) e dificuldade em conseguir emprego (16,5%).
A Sondagem do Consumidor separa os consumidores em quatro faixas de renda familiar. No grupo mais pobre, que recebe até R$ 2.100,00 mensais, 57,7% tinham alguém na família com dívidas em atraso. Na faixa com renda familiar entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 mensais, 38,5% declararam morar com alguém inadimplente.
No grupo que recebe de R$ 4.800,01 a R$ 9.600,00 mensais, 23,8% dos lares tinham alguém com dívida em atraso. Já na faixa mais rica, que recebe acima de R$ 9.600,00 mensais, apenas 10,2% das famílias tinham algum nível de inadimplência.
Segundo a FGV, o quesito especial foi incluído na pesquisa de janeiro, quando foram coletadas informações de 1.465 domicílios, entre os dias 01 e 22 daquele mês.