A Fiat Chrysler estima que o mercado de veículos leves novos no Brasil deve crescer 6% em 2020, para 2,8 milhões de unidades, afirmou nesta quarta-feira, 12, o presidente do grupo para a região da América Latina, Antonio Filosa, em conversa com jornalistas, em São Paulo. Por outro lado, o mercado argentino, principal destino de exportações para os carros brasileiros, deve recuar de 10% a 15%, disse o executivo.
Na avaliação de Filosa, as vendas no Brasil vão crescer tanto para o consumidor pessoa física, que ele chamou de famílias, quanto para os clientes corporativos, das pequenas às grandes empresas. Para as "As vendas para as famílias vão demorar um pouco mais para acelerar, o que deve ocorrer só no segundo semestre, depois de ter crescido pouco no ano passado", disse o presidente da Fiat Chrysler.
Na visão do executivo, o mercado será impulsionado principalmente pelo crédito, com aumento das vendas financiadas no total comercializado. Com a inadimplência controlada e os juros em mínima histórica, os consumidor pessoa física e jurídica terão mais acesso ao crédito, acredita Filosa. "A participação das vendas financiadas já passou de 50% e deve chegar a 54%, 55%", afirmou.
Segundo ele, as famílias vão demorar mais para acelerar as vendas porque ainda dependem de novos aumentos na confiança e reduções nas taxas de desemprego. O executivo, contudo, já vê alguma melhora. "A confiança tem aumentado, a partir da agenda econômica do governo, que dá algum conforto, e o desemprego já estabilizou e tem caído levemente", disse.
Na Argentina, Filosa acredita que a crise econômica ainda deve castigar o país por mais algum tempo, com uma volatilidade cambial "muito forte" e efeitos negativos causados pela queda da demanda chinesa por commodities produzidas pelos argentinos. "É muito difícil definir um ponto de inflexão para o mercado argentino. Achamos que o segundo semestre pode começar a ter uma melhora, mas o mês de janeiro não foi bom", afirmou.
<b>América Latina</b>
O presidente da Fiat Chrysler para a América Latina afirmou que há "boa possibilidade" de sinergia com o grupo PSA em todas as regiões onde os dois grupos estão presentes, menos o Nafta (América do Norte). Ainda segundo ele, a América Latina (que exclui o México na classificação da empresa) é a segunda região onde esse processo deve ocorrer com mais intensidade, atrás da região de EMEA, que reúne Europa, Oriente Médio e África.
Os dois grupos estão em processo de fusão e, de acordo com Filosa, o trâmite deve durar um pouco mais de 12 meses. "Depois disso, no começo do ano que vem, teremos tudo detalhado, dentro das duas empresas, de como será a reorganização", afirmou. "Até lá, ficamos exatamente como estamos", disse o executivo, em conversa com jornalistas, em São Paulo.
No Brasil, a Fiat Chrysler tem fábricas em Betim, Minas Gerais, e Goiana, Pernambuco. O grupo produz carros das marcas Fiat e Jeep.
<b>Fiat 500 elétrico</b>
O presidente da Fiat Chrysler para América Latina confirmou que o grupo deve lançar no Brasil, no fim de 2020, uma versão elétrica do Fiat 500. Será o primeiro automóvel elétrico do grupo no mercado brasileiro. O modelo será importado.
O grupo, que também é dono da marca Jeep, pretende lançar versões híbridas das SUVs Compass e Renegade. Os dois modelos, embora sejam produzidos no Brasil com motor a combustão, seriam importados na versão híbrida.