A Fibria reportou nesta sexta-feira, 23, prejuízo líquido de R$ 601 milhões no terceiro trimestre de 2015, resultado 67,4% mais adverso do que o prejuízo de R$ 359 milhões apurado no mesmo intervalo do ano passado.
O balanço foi afetado principalmente pelo efeito da valorização do dólar sobre o resultado financeiro, uma vez que a companhia tem grande parte das dívidas atreladas a vencimentos na moeda norte-americana. No segundo trimestre deste ano, a empresa, maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo, havia reportado lucro líquido de R$ 614 milhões.
O balanço, assim como esperado pelos analistas que acompanham a indústria de papel e celulose, apresentou contraste entre os resultados operacional e financeiro. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 1,551 bilhão entre julho e setembro, alta de 153% ante o mesmo período de 2014 e novo recorde trimestral da companhia. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o indicador apresentou aumento de 34%.
A margem Ebitda entre julho e setembro alcançou o patamar recorde de 56%, contra 35% do terceiro trimestre de 2015 e de 50% no segundo trimestre deste ano. A melhoria das margens da fabricante de celulose fica evidente no fluxo de caixa livre entre julho e setembro, o qual atingiu recorde de R$ 1,05 bilhão.
O resultado financeiro, por outro lado, ficou negativo, pressionado pelo efeito cambial. A Fibria apurou despesa financeira líquida de R$ 2,357 bilhões no terceiro trimestre, contra R$ 785 milhões negativos no mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, a linha financeira da Fibria havia apresentado resultado líquido de R$ 321 milhões positivos.
A contrapartida do dólar mais valorizado em relação ao real é registrada na linha da receita líquida, que totalizou R$ 2,790 bilhões entre julho e setembro. O montante representa expansão de 60% em relação ao terceiro trimestre do ano passado e de 21% na comparação com o segundo trimestre deste ano.
Previsões
O balanço do terceiro trimestre da Fibria apresentou números menos adversos do que aqueles projetados pelos analistas que acompanham a fabricante de celulose. O prejuízo líquido de R$ 601 milhões ficou abaixo do intervalo de R$ 638 milhões a R$ 2,013 bilhões previsto por cinco casas (JPMorgan, Bank of America Merrill Lynch, Bradesco, Itaú BBA e Credit Suisse) consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
No caso do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, os analistas esperavam um resultado de R$ 1,464 bilhão, obtido a partir da média das projeções. A companhia, por sua vez, reportou um Ebitda ajustado de R$ 1,551 bilhão, número 6% acima do esperado.
A receita líquida no terceiro trimestre somou R$ 2,790 bilhões, veio em linha com a projeção de R$ 2,750 bilhões dos analistas. A diferença entre os números, nesse caso, ficou em apenas 1,5%. O Broadcast considera que os resultados estão em linha com as estimativas quando a variação para mais ou para menos é de até 5%.
