A fila de fiéis que visitam a Catedral da Sé, no centro de São Paulo, para prestar as últimas homenagens ao cardeal d. Paulo Evaristo Arns, que morreu na quarta-feira, 14, aos 95 anos, não para de crescer entre uma missa e outra. São pessoas que se lembram dele por sua defesa aos pobres e sua longa trajetória na Igreja.
“Eu assistia missas com ele por muitos anos no Natal em um asilo na Santa Casa, no Jaçanã. Eu não podia deixar de me despedir. Nosso Brasil está precisando agora urgente de pessoas como ele”, disse a aposentada Marina Corrêa da Silva, de 69 anos.
O velório de d. Paulo, que será ininterrupto até o funeral, teve início às 20 horas de quarta-feira. Na sexta, o corpo será sepultado na cripta da Catedral da Sé.
“É uma vida importante que se vai. Não o conhecia pessoalmente porque tenho vergonha, mas o admirava. Ele tinha simplicidade, ajudava o povo humilde e tinha um dom”, destacou a aposentada Joana Baraúna, também de 69 anos.
“Ele salvou muitas vidas, abrandou muitos corações amargurados na prisão. Ele foi uma bênção de Deus para essas pessoas que conseguiram se salvar da época da ditadura. Fico triste porque uma pessoa como ele foi embora e não sei se outras virão”, disse a aposentada Maria Póvoa de Alcântara, de 71 anos.
Ela conta que conheceu d. Paulo Evaristo Arns na igreja Nossa Senhora da Penha, na zona leste, nos anos 1960. Foi ajudada por ele depois de vir do interior de Pernambuco para São Paulo na época, com 14 anos, para tentar melhorar de vida. “Tive a oportunidade de beijar a mão dele (de d. Paulo). “Fica na minha mente uma pessoa que foi muito boa para os pobres.”