O diretor-titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, apresentou nesta manhã uma série de propostas da entidade para a economia brasileira. Uma das mais ousadas é a redução da Selic. A Fiesp defende uma redução de três pontos porcentuais (pp) este ano e mais 1,75 ponto porcentual em 2017.
Considerando que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central só tem mais duas reuniões este ano, isso implicaria em um corte de 1,5 ponto em cada uma delas. Um afrouxamento dessa magnitude não ocorre desde 2003, quando o BC cortou os juros em 2,5 pp em uma única reunião. “Com a inflação caindo e a Selic estável, o juro real está subindo. Se as projeções do mercado hoje se concretizarem, terminaremos 2017 com juro real de 5,9%, do nível atual de 5,4%”, argumentou.
A Fiesp traçou dois cenários para os próximos dez anos, um sem reformas estruturais e outro com. No primeiro deles, mesmo elevando a carga tributária para 44,5% do PIB, do nível atual de 33,5%, o governo chegaria em 2026 com um resultado primário de -0,1%, juro real de 10%, dívida pública de 167% do PIB e taxa de crescimento de apenas 0,1%.
Já se as reformas avançarem, não será precisa aumentar impostos e o país chegará em 2026 com superávit primário de 3,1% do PIB, juro real de 3%, dívida de 75,0% e expansão na economia de 4,8%. “Sem essas reformas, teremos mais uma década perdida”, diz Roriz.