A divulgação do PIB do segundo trimestre de 2014, apontando contração de 0,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mais a revisão do resultado do primeiro trimestre, de ligeira alta de 0,2% para recuo de igual magnitude, confirma o quadro de recessão da economia brasileira.
O caso da indústria de transformação é ainda pior, já que a queda de 2,4% no segundo trimestre foi a quarta consecutiva, acumulando perdas de 5,5% nesses quatro trimestres. “Infelizmente, acreditamos que não há perspectiva de reversão desse quadro recessivo do setor num horizonte de curto prazo”, afirma Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
Adicionalmente a esse cenário, também ocorreu forte queda dos investimentos Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) entre abril e junho, na ordem de 5,3%, em relação ao primeiro trimestre deste ano. Com isso, os investimentos sofreram o quarto recuo consecutivo. De acordo com Francini, esses resultados, combinados com a contínua deterioração dos fundamentos econômicos, não permitem vislumbrar recuperação expressiva da economia brasileira nos próximos trimestres.
“Que o ano em curso será um desastre para a nossa economia, já sabemos. Queremos ter visão sobre urgência de medidas capazes de, a partir do próximo ano, alterar este cenário de queda”, conclui Francini.