Fifa diz não haver motivo para investigação contra Infantino na Suíça

A Fifa afirmou neste domingo que o presidente Gianni Infantino, alvo de um processo criminal instaurado pela Justiça na última quinta-feira, vai permanecer no cargo durante a investigação na Suíça que apura o envolvimento do dirigente ítalo-suíço com o procurador-geral do país, Michael Lauber. A entidade também afirmou crer que não há motivo para investigar o mandatário.

O promotor especial suíço Stefan Keller abriu processo criminal contra Infantino por uma reunião que o presidente da Fifa realizou com Lauber, que tinha sob sua jurisdição uma ampla investigação sobre corrupção no futebol. Lauber ofereceu sua renúncia em 24 de julho. Houve três reuniões, uma delas em junho de 2017 em um hotel em Berna, da qual ambos dizem não se lembrar.

"Não há nada que impeça o presidente de exercer suas funções", assegurou a Fifa em comunicado enviado à imprensa neste domingo. "Ele cumprirá totalmente suas funções. A Fifa e seu presidente continuarão a cooperar com as autoridades da Suíça e do mundo", acrescentou a nota.

Joseph Blatter, antecessor de Infantino, pediu à comissão de ética da Fifa que suspendesse o atual presidente. Blatter renunciou ao cargo em 2015 e foi banido do futebol até 2021.

"O presidente da Fifa é o foco de uma investigação criminal pelas autoridades judiciais suíças, mas ele não foi acusado de nada e também não foi considerado culpado de nada", afirmou o órgão que controla o futebol mundial.

Segundo a entidade máxima do futebol, não existe qualquer elemento que sugira uma conduta irregular ou criminosa de Infantino. "Não havia e não há absolutamente nenhuma razão para iniciar uma investigação, porque nada de criminoso aconteceu. Não há nenhuma evidência concreta de qualquer tipo de crime", disse a Fifa.

O discurso da Fifa vai de encontro ao de Keller, nomeado para o cargo de promotor especial no final de junho. Ele encontrou indícios de conduta criminosa nas reuniões de Infantino com Lauber e o promotor de Haut-Valois, Rinaldo Arnold, contra o qual também foram abertos processos criminais.

De acordo com a autoridade supervisora do gabinete do procurador-geral, Keller descobriu que as possíveis infrações incluíam abuso de cargo público, violação de sigilo oficial, "auxiliar os infratores" e "incitação a esses atos".

Após uma série de escândalos de corrupção envolvendo a Fifa, Gianni Infantino, então secretário geral da Uefa, assumiu a presidência da entidade máxima do futebol em fevereiro de 2016, sucedendo Blatter. No ano passado, o dirigente suíço-italiano foi reeleito por aclamação, sem a necessidade de votação. Seu mandato vai até 2023.

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