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Figo também desiste de candidatura e dispara contra Blatter e Fifa

Poucas horas após a desistência do holandês Michael van Praag, o português Luis Figo também anunciou que está retirando sua candidatura à presidência da Fifa, nesta quinta-feira. Em um comunicado, o ex-atacante disparou contra a entidade, criticou a hipocrisia de dirigentes e atacou o “ditador” Joseph Blatter, que busca o quinto mandato consecutivo nas eleições do dia 29, na próxima semana, em Zurique.

“Ofereço os meus sinceros agradecimentos a todos que me apoiaram e peço a eles que continuem com este desejo de regeneração que, ainda que isso possa levar algum tempo, vai acontecer na Fifa”, anunciou o português, em sua página no Facebook. “Minha decisão está tomada, não vou participar disso que está sendo chamado de eleições presidenciais para a Fifa”, criticou.

Mais cedo, Michael van Praag também desistira da sua candidatura. Com o anúncio de Figo, a oposição a Blatter terá apenas um candidato, o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein. Apesar de ser um dos atuais vice-presidentes da Fifa, o candidato é forte crítico à gestão do suíço. Ao anunciar a desistência, Van Praag deu apoio público ao jordaniano. Já Figo decidiu se afastar do pleito sem anunciar aliados e distribuindo críticas aos dirigentes.

“Eu tenho visto com os meus próprios olhos presidentes de federações que, em um dia comparam os líderes da Fifa ao demônio. E, depois, diante do público, comparam esses mesmos dirigentes a Jesus Cristo”, afirmou o português, ao criticar a hipocrisia dos cartolas. “Ninguém disso isso pra mim, eu vi com meus próprios olhos”, reforçou, sem citar nomes.

Também sem apontar o nome, o ex-atleta atacou Blatter e questionou a legitimidade da eleição. “Os candidatos são proibidos de se apresentar à federações em congressos enquanto um dos candidatos sempre faz seu discurso na tribuna”, reclamou, citando um desequilíbrio nas campanhas do atual presidente e dos opositores. Ele disse ainda que o mundo do futebol está “vivendo sob uma ditadura”.

Figo reclamou da falta de um debate público entre os candidatos, diante da importância da eleição. “Alguém acha que é normal realizar uma eleição para uma das organizações mais relevantes do planeta sem um debate prévio?”, questionou, antes de atacar novamente Blatter. “Não deveria ser obrigatório a cada candidato apresentar um programa com suas propostas?”

“Isso deveria ser normal, mas o processo eleitoral é qualquer coisa menos uma eleição. Este processo é um plebiscito para entregar o poder absoluto a apenas um homem, algo do que eu me recuso a participar”, disse o jogador, eleito o melhor do mundo em 2001 e aposentado em 2009.

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