Filha de Trump é interrogada sobre suposto uso irregular de fundos

A filha e conselheira do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Ivanka Trump, foi interrogada sob juramento em processo civil sobre o suposto uso irregular de fundos sem fins lucrativos para a posse de seu pai, em 2016. O escritório do procurador-geral do Distrito de Columbia, Karl Racine, informou que Ivanka prestou o depoimento na terça-feira, 1º de dezembro.

Em uma ação judicial de janeiro de 2020, Racine alegou que o negócio imobiliário de Trump e outras entidades usaram fundos sem fins lucrativos para enriquecer a família do presidente.

De acordo com o processo, uma corporação isenta de impostos, sob o nome de 58º Comitê Inaugural Presidencial, coordenou com a família Trump para pagar a mais por espaço para eventos no Trump International Hotel, em Washington.

A ação alega que, em um dos casos citados no processo, a organização sem fins lucrativos pagou mais de US$ 300 mil para realizar uma recepção privada no Hotel Trump para os três filhos mais velhos do presidente – Donald Jr., Ivanka e Eric – na noite da posse do presidente, em 20 de janeiro de 2017.

"A lei distrital exige que as organizações sem fins lucrativos usem seus fundos para seu propósito público declarado, não para beneficiar indivíduos ou empresas privadas", disse Racine no início deste ano.

O processo visa recuperar US$ 1 milhão que foram supostamente canalizados diretamente para os negócios da família Trump.

Procurada, a Casa Branca não respondeu às reportagens. O comitê da posse disse que suas finanças foram auditadas de forma independente e que todo o dinheiro foi gasto legalmente.

Embora as leis de financiamento restrinjam o tamanho das contribuições de campanha, os comitês de posse podem aceitar doações ilimitadas, inclusive de empresas.

Os US$ 107 milhões levantados pelo comitê de posse de Trump, presidido pelo incorporador e investidor Thomas Barrack, foram a maior quantia para tal gasto na História, de acordo com os arquivos da Comissão Eleitoral Federal.

O ex-assessor Richard Gates, da campanha de Trump, atuou como vice-presidente do comitê de posse. Gates foi um dos vários associados de Trump condenados na investigação do ex-promotor especial Robert Mueller para saber se a Rússia interferiu nas eleições de 2016. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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