Um livro sobre sexo no cinema com 69 capítulos. Seria coincidência se não se tratasse da publicação "Sexo, Cinema e Dois Corpos Fumegantes", lançado recentemente pelo jornalista, músico e escritor Maurício Nunes, através de sua editora, a Zelig. Este é o segundo livro publicado por ele, sendo o primeiro a coletânea de crônicas "Sob a Luz do Cine Star", de 2009. Segundo o autor, que diz "dominar cinema e gostar de sexo", o trabalho é resultado de uma pesquisa que durou dez anos. "Começou como um projeto pessoal, mas terminou virando algo mais sério", explica Nunes, que também é diretor e apresentador do programa de TV "Cinelândia", além de líder da banda de rock "Aerosilva".
Maurício afirma ter visto cerca de 3800 longas nos quais buscava cenas com caráter tanto sensual quanto sexual. "Se o cinema é tido como ‘o buraco da fechadura, o que há de mais adequado para se ver do que a intimidade alheia?", brinca. Os capítulos são divididos em tópicos que tratam tanto do que se vê nas telas como histórias sobre atores e diretores, com destaque para o cinema tradicional, mas sem desprezar as produções eróticas. De acordo com ele, o sexo pode ser visto em obras mesmo que não de maneira explícita. "Se você analisar os filmes de Ingmar Bergman ou Woody Allen, não há cenas pesadas, mas o tema é bastante recorrente". Allen, por sinal, é um dos ídolos do escritor, que batizou sua editora com o nome de um dos filmes do cineasta norte-americano. "Queria que a empresa se adaptasse aos escritores, publicando desde cinema até religião, então nada melhor do que Zelig", comenta – na produção de Woody Allen, o protagonista assume a personalidade daqueles que estão próximos a ele.
"Sexo, Cinema e Dois Corpos Fumegantes" é dividido por temas, indo desde as posições e práticas sexuais (papai e mamãe, homossexualismo); passando por recordes (atriz que aparece nua em mais filmes, cenas de filmes pornô, melhores nus do cinema). Os fãs de ambos os assuntos principais poderão ainda saber quais as produções que marcaram época no cinema brasileiro e mundial, quando aconteceu o primeiro beijo na telona ou mesmo saber mais sobre o passado de atrizes e personalidades de hoje. Para Nunes, o tema deve ser abordado de maneira natural: "Violência, por exemplo, gera censura mais baixa do que uma cena mais quente".