O desfecho do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff pode diminuir a distância entre as avaliações sobre a situação atual e as expectativas para o futuro no Índice de Confiança de Serviços (ICS), avaliou Silvio Sales, consultor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
O ICS avançou 2,8 pontos na passagem de julho para agosto, de 76,0 pontos para 78,8 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA-S) caiu 0,2 ponto, para 70,9 pontos, e o Índice de Expectativas (IE-S) avançou 5,7 pontos, para 87,1 pontos.
Como resultado, a diferença entre os dois subíndices alcançou o recorde de 16,2 pontos. No entanto, se o fim da incerteza política se consolidar, pode ser que os dois indicadores voltem a se aproximar, acredita o consultor.
“A reação das expectativas coincide com o começo do processo de impeachment. É muito provável que com o desfecho do processo, seja ele qual for, o ISA-S se aproxime gradualmente das expectativas. Tem algo não econômico nesse pedaço mais recente da série”, disse Sales.
Desde a passagem de fevereiro para março, o ICS acumula uma alta de 10,0 pontos. O ISA-S subiu 2,5 pontos no período, enquanto o IE-S aumentou 17,3 pontos. “Há uma reação em curso bastante clara. A partir de março, cresce continuamente a confiança”, ressaltou o consultor do Ibre/FGV.