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FINADOS – Terapias ajudam a lidar com a saudade de quem já se foi

Para celebrar o Dia de Finados, quando as pessoas prestam homenagem a seus entes queridos que já se morreram, os familiares costumam ir até o cemitério para levar flores em memória dos que já se foram e resgatar lembranças de momentos vividos.
Em muitos casos a saudade de quem se foi pode ser tornar – com o tempo – um misto de memórias que aparecem em momentos especiais e fazem com que lembranças do ente querido se tornem alegroa, em outros casos a dor da perda pode se tornar insustentável, podendo desenvolver até mesmo doenças.  
 
Segundo a psicóloga especialista em neuropsicológica, Maiza Motta, não há estudos neurológicos específicos sobre a saudade, porém dois trabalhos publicados podem ter encontrado uma hipótese para que o sentimento se manifeste. 
 
Em um dos estudos, é apresentada a ideia de que a mesma região cerebral usada para se lembrar do passado também é responsável por projeções do futuro. No segundo estudo realizado em paciente com amnésia foi constatado que o paciente que não tem lembranças do passado não consegue se imaginar no futuro.
 
“A saudade tem uma função importante na nossa vida, pois coloca em prática nossas memórias episódicas e emocionais, nos situando de quem fomos e em quem nos tornamos”, explicou a psicóloga.
 
Ainda segundo Maiza, quando a saudade está ligada a um ente querido que se foi, o sentimento pode modificar o comportamento. “Muitas pessoas deixam até mesmo de viver o presente. Isso ocorre porque sentimos uma grande insegurança e necessidade de proteção que a pessoa ausente nos proporcionava e é quando a saudade pode em alguns casos se tornar melancolia e é com isso que devemos nos preocupar”, explicou.
 
Maiza orienta que, nestes casos, o paciente procure a terapia psicológica. “É a melhor ajuda nesses casos, pode ser individual, familiar e até mesmo em grupo. Em Guarulhos, o Cemitério Primaveras I tem um grupo de luto gratuito que ajuda as pessoas a lidarem quando a saudade dói demais”, informou.
 
 
Terapia natural ajuda a controlar a saudade
 
A terapeuta holística Darci Barbosa Fernandes perdeu mãe, e um irmão de forma precoce. Ela se sentia triste demais. A saudade a faz sentir vontade de reviver o que foi bom. 
 
Quando o irmão Nelson, uma pessoa otimista e alegre, morreu há pouco mais de um ano, a família procurou manter o espírito otimista deixado por ele. “Mantemos essa alegria em todos os encontros de família pois é exatamente nesses momentos que sentimos demais a falta dele”, contou.
 
Darci utiliza a Terapia Floral para ajudar em momentos como este. "Para as pessoas que têm maior dificuldade em lidar com a saudade, recomendo o uso de uma das essências dos Florais de Bach: Honeysucke. Ela nos conforta para lidarmos melhor com esse sentimento, sem sofrimento", explicou.
 
O Centro de Terapias Naturais, localizado no Parque Julio Fracalanza, na rua Joaquim Miranda, 471, Vila Augusta, recebe pessoas que passaram por diversos traumas, muitas estiveram em outros locais antes de conhecer os serviços oferecidos pelos profissionais de lá.
 
A responsável pelo centro, Andreia Velente Tarsitano, contou que grande parte da procura por terapias acontece após a perda de um ente querido que acaba causando a depressão ou angústia. “Quando a saudade bate e não se tem para onde correr, as pessoas tendem a se fecharem em si e isso muitas vezes gera doenças e até o abandono total do eu. É ai que vem a procura pela terapia. Isso quando a pessoa percebe por si só ou quando alguém indica esse encontro, fruto de tantas buscas”, disse.
 
Andreia diz que as pessoas só conseguem aliviar a dor da perda quando ela se transforma em saudade. “Através da saudade a pessoa consegue lidar com suas emoções, consegue se aproximar do sentimento e vivencia-lo com alegria, com delicadeza trazendo consigo as boas lembranças e até curando velhas feridas. Para mim saudade se resume na presença da ausência de alguém muito querido ou de um tempo muito bem vivido”, esclareceu.
 
Andreia perdeu o avô quando tinha 12 anos. Hoje, aos 45 anos, ela lembra com carinho do aprendizado e momentos compartilhados. “O nome dele era Alfredo Tarsitano, o chamavam de Pantaleão. Veio da Itália em 1953 e foi um grande mestre de obra no Brasil até se aposentar e curtir os netos, que eram vários, mas eu era sua neta mais velha, a primeira depois de sete meninos. O engraçado é que sempre que lembro dele sinto muito próximo, não parece que se foi há tanto tempo. Muito sábio, seus ensinamentos me acompanham até hoje”, recordou.
 
Serviço:
Centro de Terapias Naturais
Parque Julio Fracalanza, na rua Joaquim Miranda, 471, Vila Augusta
Informações: 2408-1366
Terapias oferecidas:
•        * Terapia Floral. Cuida das emoções e cura as dores e ou os apegos profundos transformando em saudade. 
•        * Música Aplicada Biossimétrica. Por meio da ressonância afetiva com a música e o toque sutil, faz com que a pessoa evoque profundos sentimentos adentrando no intimo de seu Eu, assim trazendo átona informações importantes das quais ao serem acessadas faz com que haja uma compreensão da situação vivida, essa compreensão gera o perdão de quaisquer sentimento de culpa ou medo o que ajuda a alma a se libertar transformando a dor em saudade.
•         *Massoterapia, a exemplo da Massagem Colo ou Mãe que traz acolhimento e harmonia
•         *Aromaterapia e Cromoterapia. Harmonizam e equilibram o ser entre outras que também ajudam a transformar a dor em saudade.
 
Grupo de Apoio ao Enlutado
Promovido pelo Cemitério Primaveras às quartas-feiras, das 16h às 18h, e é aberto ao público. O grupo conta com mediação de profissional especializado e realiza uma série de dinâmicas e atividades para a expressão do luto. 
A inscrição é gratuita e deve ser feita pelo tel. (11) 2404-8900, com Serviço de Apoio às Famílias. Os encontros são realizados na Avenida Otávio Braga de Mesquita, 3.535, Guarulhos. O próximo grupo de apoio ao Enlutado começa no dia 11/11 e terá 4 encontros seguidos (11/11, 18/11, 25/11 e 02/12), das 16h às 18h.
 

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