Enxergar-se através de uma fotografia pode trazer à tona muitos sentimentos. Entre eles felicidade, euforia, animação e, ao final, elevar a autoestima. Com esse objetivo a Prefeitura, em parceria com a Universidade Guarulhos (UNG), presenteou os dez finalistas do Concurso Desperte seu Olhar Inclusivo 2021 com sessões fotográficas profissionais. O concurso, que teve como tema “Um olhar para a autoestima – o prazer de se sentir belo(a) na busca pelo autoconhecimento e construção de sua identidade”, aconteceu entre agosto e setembro de 2021.
“Senti-me como uma princesa”, afirmou Caroline Ladevig, uma das finalistas. Para sua mãe, Andrea, o concurso aflorou um processo de conhecimento em sua filha, que é tímida, mas no dia das fotos ela se soltou, fez pose, trocou de roupa e levou até o cachorro para tirar fotos. “Ela não gosta de ir a lojas e comprar roupas e até topou ir comprar algumas para a sessão de fotos. Tudo isso é um processo de conhecimento pelo qual que ela passou, de saber o que gosta, o que fica bem nela”, comentou Andrea.
Rosângela Geraldo, mãe de Luccas, que participou do concurso junto com sua namorada Bárbara, conta que foi muito gratificante ver o divertimento dos dois no dia da sessão e chama a atenção para a importância da participação de pessoas com deficiência em diversos espaços. “A sessão foi um momento muito importante pra eles. As pessoas não demonstram preconceito, mas no fundo têm. A participação na sociedade é baixa, então quando eles têm uma coisa diferente pra fazer curtem muito, por mais simples que pareça. Eles aproveitaram muito o momento. ‘Agora a gente é modelo’, eles ficavam repetindo, felizes”, comentou.
Ao reforçar a necessidade de inserção à sociedade, Gilberto Penido, subsecretário de Acessibilidade e Inclusão (SAI), pasta responsável pelo concurso, lembrou que essa é uma das obrigações do poder público. “Todas as ações da SAI são direcionadas para a melhora da qualidade de vida das pessoas com deficiência, desde a inclusão até a mudança de hábitos. O processo de se conhecer e de se enxergar está presente também”, disse.
As sessões
As sessões fotográficas foram realizadas no estúdio de fotografia do curso de comunicação social, dentro da universidade. Diversas delas contaram com a presença dos alunos da instituição, além do fotógrafo coordenador do estúdio e dos cursos, Alex Francisco.
De acordo com ele, o espaço da universidade precisa acolher o entorno, trazer para perto todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência. “É um presente para nós, como professores, e também para os nossos alunos, que se aprofundaram nos conhecimentos. A pessoa com deficiência, assim como qualquer outra, tem suas particularidades, seus limites e ensinar o aluno a trabalhar isso é muito bom”, comentou Francisco.
Sobre o andamento das sessões, ele explicou que houve variados os tipos de ensaio, inclusive com pessoas que não gostam muito de foto e se sentiram acanhadas, e com outras que curtiram muito, trocaram de roupa e fizeram pose. “A fotografia tem o poder de eternizar momentos e nos ensaios, por vezes, os modelos faziam fotos com seus pais, objetos de que gostam, animais etc. Foi muito bonito de ver”, completou Francisco.
Para Maria Lúcia Rondon, que acompanhou a filha Roberta na sessão, foi um momento especial. “Ela não gosta muito de foto, mas quando soube que era um concurso ficou animada e fez. Ela não se enxerga uma pessoa diferente e eu costumo dizer que na verdade são os outros que são diferentes. É muito importante ela se enxergar e ver que as pessoas estão vendo-a dessa forma”, afirmou.