O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, salientou nesta terça-feira, 27, o papel importante do setor imobiliário dentro do crédito direcionado. “Evidentemente é o financiamento imobiliário que tem sustentado uma taxa de expansão mais significativa do crédito direcionado”, disse.
Em 12 meses, o direcionado tem alta de 16,4%, enquanto o imobiliário está em 19,8% no mesmo período. Em 2014, essa expansão imobiliária foi de 28% e, em 2010, já superou a marca de 56%.
Para Maciel, a tendência de longo prazo é de desaceleração desse crescimento. Em setembro ante agosto, houve a primeira queda dos financiamentos imobiliários com taxas de mercado, de 0,5%, para R$ 63,133 bilhões.
O técnico salientou, porém, que o recuo em apenas um mês não pode ser visto, pelo menos por enquanto, como uma tendência. “É um primeiro momento. Precisa ver se isso se trata de um fenômeno econômico ou foi um registro pontual”, advertiu.
Endividamento
Enquanto o comprometimento da renda das famílias brasileiras aumentou 0,5 ponto porcentual no acumulado deste ano até setembro, o endividamento sem financiamento imobiliário recuou 0,8 pp. Segundo Tulio Maciel, essa tendência dispare se dá por efeitos como evolução mais moderada da massa salarial e do aumento do custo dos empréstimos por causa da alta dos juros.
Em setembro, o endividamento das famílias sem o financiamento imobiliário ficou em 27,1% da renda e o comprometimento da mesma foi de 22,2%.