Dois pesquisadores da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio, criaram um método para desenvolver vacinas contra diversas doenças. Essa tecnologia está sendo usada para buscar imunizadores contra a doença de Chagas e a aids e, no futuro, poderia até ser usada contra o Ebola. A base do método é a vacina contra a febre amarela, usada desde 1937.
Como outras, ela previne a infecção usando vírus vivos atenuados, capazes de se multiplicar no organismo do paciente, mas incapazes de provocar a doença. A partir do contato com esses vírus inofensivos, as células de defesa do paciente aprendem a reconhecer o causador da doença e ficam prontas para uma infecção.
Os pesquisadores Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), e Ricardo Galler, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), inseriram genes de outros micro-organismos no material genético dos vírus usados na vacina contra a febre amarela. Assim, criaram “vírus recombinantes”, capazes de “ensinar” as células de defesa dos pacientes a reconhecer, além da febre amarela, uma outra infecção.
Uma das pesquisas que usa esse novo método se refere à aids e é liderado pelo cientista David Watkins, da Universidade de Miami. O processo para registrar a patente do método como invenção brasileira foi iniciado em 2005 e encerrado em setembro nos Estados Unidos. Segundo Myrna, a metodologia pode ser usada contra diversas doenças. Há estudos, por exemplo, sobre o parasita Trypanosoma cruzi, causador de Chagas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.