A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi um dos centros regionais selecionados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para o desenvolvimento e produção de vacinas de RNA mensageiro (mRNA) na América Latina. A diretora da Opas, Carissa Etienne, disse que o apoio técnico, que conta também com a Organização Mundial da Saúde (OMS), contribuirá para o uso da tecnologia contra a covid-19 e outros problemas de saúde pública da região, como zika e dengue. O segundo centro escolhido foi o da biofarmacêutica privada Sinergium Biotech, em parceria com a mAbxience, na Argentina.
As vacinas produzidas sob essa iniciativa estarão disponíveis para todos os países da América Latina e do Caribe por meio do Fundo Rotatório da Opas, informou a diretora.
"A nossa região tem capacidade e experiência para diminuir nossa dependência de fornecedores globais", disse Ettiene. Segundo ela, a América Latina e o Caribe importaram quase todos os equipamentos no combate à pandemia. "Hoje pagamos esse preço, porque ainda enfrentamos atrasos na produção de vacinas".
A diretora estendeu o convite para que fabricantes farmacêuticos que produzem componentes essenciais para a vacina mRNA integrem a iniciativa. As inscrições estão abertas até o dia 15 de outubro. "A pandemia nos mostrou como saúde, desenvolvimento e economia estão conectados", disse Ettiene, que reforçou a importância de investimento em saúde, ciência e tecnologia para a resiliência das Américas em desafios futuros.
Diretor-assistente da Opas, Jarbas Barbosa frisou que a prioridade nas Américas segue sendo vacinar a população mais vulnerável à covid-19.