Os preços dos medicamentos para hospitais sofreram em janeiro um reajuste para cima de 0,27%, segundo o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e Bionexo. Em dezembro os preços dos medicamentos para hospitais já tinham sido aumentados em 0,19% em relação a novembro.
O resultado mensal espelhou o aumento dos preços na maior parte dos grupos que compõem o índice, a saber: sistema nervoso, 7,44%; aparelho geniturinário, 3,91%; aparelho cardiovascular, 3,36%; órgãos sensitivos, 1,76%; sistema musculoesquelético, 1,48%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 1,04%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 0,36%.
Em contraste, houve recuo mensal nos preços dos seguintes grupos: anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 3,46%; preparados hormonais, 2,13%; agentes antineoplásicos, 2,08%; aparelho digestivo e metabolismo, 0,13%. Em termos comparativos, a variação mensal do IPM-H em janeiro de 2022 foi inferior à inflação mensal medida pelo IPCA/IBGE, de 0,54%, e pelo IGP-M da FGV, de 0,82%, embora tenha superado o comprimento da taxa média de câmbio no período, com uma queda de 2,08%.
Considerando os últimos resultados, o IPM-H passa a acumular uma alta de 4,86% nos últimos 12 meses encerrados em janeiro de 2022. Contribuem para esse resultado os aumentos observados na maior parte dos grupos de medicamentos incluídos na cesta do índice, entre os quais: preparados hormonais, 22,44%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 15,31%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 14,52%; órgãos sensitivos, 10,66%; aparelho respiratório, 9,53%; sistema nervoso, 5,75%; aparelho geniturinário, 5,70%; e agentes antineoplásicos, 2,92%.
Na ponta das quedas, os seguintes grupos apresentam recuo dos preços para hospitais nesse horizonte ampliado: sistema musculoesquelético, 10,75%; aparelho digestivo e metabolismo, 5,25%; anti-infecciosos para uso sistêmico, 3,41%; e aparelho cardiovascular, 3,23%.
"Os resultados do índice refletem uma redução na volatilidade mensal desde novembro de 2021, o que contrasta com as oscilações expressivas ao longo de 2020 e 2021, ano em que o IPM-H registrou alta de 14,7% no primeiro semestre, seguida por uma acomodação de 7,6% na segunda metade", avalia Rafael Barbosa, CEO da Bionexo.
"Além disso, o cenário de maior estabilidade ocorre em função da possível influência de fatores relacionados aos números da pandemia, que afetam direta e indiretamente a demanda do mercado. É importante salientar ainda o papel da sazonalidade, atribuída ao calendário de reajustes da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), usualmente autorizados em abril de cada ano. Mesmo com essa maior estabilidade, há um crescimento acentuado de 19,16% desde o início da pandemia", conclui o executivo.