A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) estuda métodos de coleta de preços alternativos para tentar garantir a publicação de seu Índice de Preços ao Consumidor (IPC) durante o período em que vigorarem as medidas de restrição de funcionamento do comércio na cidade de São Paulo, devido ao coronavírus.
A equipe de pesquisadores estuda ampliar as coletas por telefone e por lojas virtuais, mas é provável que os métodos alternativos não sejam suficientes para garantir a coleta de todos os produtos acompanhados.
"Uma parte significativa do IPC já é feita por telefone, mas tem coisas, como hortifruti, que não tem como fazer uma coleta que não seja presencial. Estamos estudando como vamos manter o funcionamento nestes casos", afirma o coordenador do levantamento, Guilherme Moreira.
Com lojas fechadas e a falta de alguns produtos nas prateleiras de supermercados, Moreira diz que já houve dificuldade na coleta para o IPC da terceira quadrissemana de março, publicado nesta quarta-feira, 25. "O álcool para limpeza, por exemplo, praticamente não se encontra mais. Isso é um problema, pode gerar uma variação de preço oculta do produto", diz.
A Fipe deve bater o martelo sobre as mudanças no seu método de coleta na semana que vem, mas Moreira não descarta a possibilidade de parar de acompanhar os preços de determinados itens caso o varejo fique fechado ou haja falta de abastecimento. "Nesta semana, provavelmente não vamos mais conseguir coletar os preços do álcool", afirma.