A inflação dos monitorados fechou 2014 com uma taxa de apenas 1,67% no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado ficou bem abaixo da alta de 5,20% do IPC-Fipe, que apura o comportamento da inflação na capital paulista. Mas, com a descompressão dos preços monitorados neste início de ano, o coordenador do IPC, André Chagas, estima, somente para janeiro e fevereiro, um impacto distribuído entre os dois meses de 1,2 ponto porcentual. Ou seja: a projeção é praticamente a mesma da registrada em todo o ano de 2014 (1,67%). “O desempenho dos monitorados neste ano será o oposto do visto em 2014”, avaliou.
A estimativa de uma contribuição positiva de 1,2 ponto porcentual no IPC deste mês e do seguinte leva em consideração especialmente os impactos dos reajustes nas tarifas de ônibus, integração, metrô e táxi este mês em São Paulo e o efeito do fim da redução do PIS/Cofins nas contas de energia elétrica, além da influência de alta do aumento nas tarifas de água e esgoto no final de 2014. “Em energia ainda tem o efeito do sistema de bandeiras tarifárias por causa do acionamento das térmicas em razão da crise hídrica”, avaliou.
Pelos cálculos do economista da Fipe, a introdução do sistema de bandeiras tarifárias poderá representar um acréscimo de três centavos por quilowatt/hora entre janeiro e fevereiro, o que contribuirá com 0,25 ponto porcentual a mais no IPC do período. “Se lembrarmos que no ano passado o aumento de 17% na conta de luz teve impacto de 0,62 ponto no IPC, só esta alta significa 40% do efeito sobre a energia elétrica em 2014. Isso sem falar do reajuste da tarifa que deve acontecer no meio do ano”, avaliou.
De acordo com Chagas, a taxa de água e esgoto deve ter comportamento dúbio à frente. “Ainda devemos ter impacto residual do bônus de desconto da Sabesp para quem fizer economia e, por outro lado, agora tem o ônus para quem não economizar. Ainda não sabemos como isso será operacionalizado, mas o vetor é de alta nas contas de água nos próximos meses”, estimou.
A Fipe ainda aguarda reajuste no setor de telefonia, com aumento tanto na assinatura como nas ligações, após a redução concedida em meados de 2014. “Isso certamente não se repetirá em 2015”, disse.