O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas, espera aceleração na inflação na cidade de São Paulo no fechamento de agosto, para 0,54%, após 0,16% em julho. Ele explicou nesta terça-feira, 05, que a intensificação da taxa reflete em grande parte o impacto do reajuste da conta de luz na capital paulista, anunciado pela AES Eletropaulo no começo de julho.
“O maior efeito será por conta de energia elétrica, que deverá ter participação importante, com uma variação estimada de 1,31% para o grupo Habitação”, disse. No sétimo mês do ano, este conjunto de preços registrou inflação de 0,45% (ante 0,28%), com o item energia elétrica apresentando taxa de 2,61% e contribuindo com 0,10 ponto porcentual da alta do IPC. “O efeito maior é esperado para agosto”, completou.
O grupo Alimentação também deve contribuir para o avanço do IPC de agosto. Segundo Chagas, os preços dos alimentos devem subir e encerrar o mês com uma taxa positiva de 0,21%, depois de deflação 0,58% em julho. “Alimentação deve subir, mas ainda deve ajudar a conter uma alta mais intensa de Alimentação. Não vejo espaço para queda fortes de in natura tampouco dos semielaborados. Os industrializados podem desacelerar um pouco mais”, disse, quando questionado se o prolongamento da queda dos Índices Gerais de Preços (IGPs) poderia permitir nova baixa de Alimentação em agosto.
Além da expectativa de influência de alta de Habitação e Alimentação, o IPC do oitavo mês do ano deve ser puxado pelo grupo Despesas Pessoais (previsão de 0,64% ante 1,03% em julho). “Os preços de passagens aéreas, viagens e excursão ainda não tiveram todo o aumento que poderia ter”, justificou.
Como antecipado ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em meados de julho, Chagas voltou a reafirmar que ainda vê possibilidade de revisar para baixo a projeção de 5,50% do IPC fechado de 2014, devido à estimativa de acomodação principalmente dos preços livres.