A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) elevou de 6,5% para 7,0% a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) de 2021, após alta de 1,02% em julho, a maior para o mês desde 2001. A inflação na cidade de São Paulo deve ter desaceleração marginal a 0,99% em agosto, mas registrar a maior taxa para o mês desde 2004, quando teve a mesma alta prevista para o próximo fechamento.
As maiores pressões em agosto devem seguir com Habitação (1,28% para 1,42%) e Alimentação (1,52% para 1,32%), estima o coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira. "Gás de botijão continua subindo e não para. Alimentos in natura ainda têm variações amortecidas, com aceleração forte na ponta, como tomate (24,3%), pimentão (26,3%) e berinjela (25,7%), afetados pela onda de frio mais forte que o previsto", explica.
Moreira atribui viés de alta à projeção para o resultado anual de 7,0%, como consequência de uma provável pressão de serviços no segundo semestre. A reabertura mais consistente da atividade econômica deve levar a um avanço de preços em alimentação fora do domicílio e em itens de recreação e cultura dentro de Despesas Pessoais, como viagem e passagem aérea.
"A parte de recreação está com deflação de 25% neste ano, mas, com toda certeza, vai subir com a volta da demanda. É difícil modelar essa pressão que virá de serviços, não sabemos qual vai ser a velocidade, mas vai crescer", diz o coordenador.