O reajuste médio de 4,48% nas contas da Eletropaulo deve ter impacto de até 0,15 ponto na inflação paulistana, calculou o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. O impacto deve ser sentido no IPC-Fipe de agosto, porém, não deve mudar a dinâmica de desinflação para a inflação deste ano, pondera.
“É um impacto marginal. Energia elétrica está oscilando tanto – uma hora vem com alta e outra com baixa -, mas será insuficiente para modificar a tendência de desaceleração do IPC”, afirmou o representante da Fipe.
De acordo com Chagas, o cenário ainda é de alívio especialmente nos preços de alimentos. Tanto que mudou a projeção para o IPC de junho, depois da surpresa com a queda de 0,82% no grupo Alimentação. “Esperávamos um recuo menos intenso para o grupo e uma alta maior para o IPC, de 0,15%, e veio 0,04%”, explicou.
Diante da deflação em Alimentação, Chagas modificou a projeção para o IPC de junho de alta de 0,24% para elevação de 0,09%. Segundo ele, o alívio nos preços ocorre não somente por causa do clima e da safra favoráveis, mas também pela falta de demanda. “Infelizmente, não vejo esse arrefecimento da inflação como bom. Os preços estão sendo corrigidos em uma economia em inanição. As empresas não estão tendo espaço para repasse”, disse.