A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) voltou a reduzir a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de agosto. Em entrevista nesta terça-feira, 19, o coordenador do indicador, André Chagas, alterou de 0,49% para 0,46%, a estimativa para a taxa de inflação do fim do mês na capital paulista.
De maneira idêntica à observada na semana passada, quando o instituto revisou a projeção do IPC de agosto de 0,54% para 0,49%, o motivo principal para a modificação foi o comportamento do grupo Alimentação, que mostrou uma deflação mais intensa e resistente do que a esperada nos preços. “Os itens do grupo resistentemente estão nos contrariando no que parecia o mais previsível e óbvio”, afirmou Chagas.
Nesta terça-feira, a Fipe divulgou que o IPC apresentou taxa de inflação de 0,34% na segunda quadrissemana de agosto, ante alta de 0,21% na primeira leitura do mês. Mesmo com este movimento de aceleração no resultado geral, o grupo Alimentação mostrou deflação de 0,63% (ante recuo de 0,67%) e respondeu sozinho por um alívio de 0,14 ponto porcentual (43,03%) no índice.
A queda de 0,63% da Alimentação foi mais intensa que a estimativa de baixa de 0,34% da Fipe. Esta distorção foi importante para a própria taxa geral, também de 0,34%, ter ficado um pouco abaixo da projeção de 0,38% feita pelo instituto. Chagas, por sinal, também reduziu a estimativa do grupo para o fim do mês, de uma elevação de 0,07% para uma baixa de 0,32%.
Entre as boas surpresas da Alimentação, continua havendo um declínio interessante dos preços de itens de peso, como a carne bovina, que recuou 2,07% ante variação negativa de 1,82% da primeira quadrissemana. Também o arroz (queda de 5,42% ante baixa de 5,26%) e o feijão (recuo de 7,58% ante queda de 7,45%) tiveram deflação resistente e ajudaram.
Na outra ponta, o grupo Habitação continua como um vilão da inflação, já que subiu 1,15%, ante 0,73% da primeira quadrissemana, confirmando o impacto importante do recente reajuste nas contas da Eletropaulo. Na segunda quadrissemana, o item energia elétrica subiu 8,59% (contra avanço anterior de 5,33%) e respondeu por nada menos que 0,31 ponto porcentual, ou 93,56%, da taxa geral do IPC do período.
Para o fim do mês, Chagas aguarda uma elevação de 1,48% para o grupo, ainda por conta dos efeitos do reajustes da Eletropaulo. Além do alívio que a Alimentação deverá continuar gerando no IPC, o grupo Vestuário também tende a fechar agosto em deflação, segundo a Fipe, de 0,51%. Na segunda quadrissemana, Vestuário recuou 0,54% ante 0,51% da primeira leitura do mês.