Opinião

Fiscais que devem ser fiscalizados

Circulou no Facebook nesta terça-feira a imagem de um agente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), de São Paulo, falando ao celular enquanto dirigia. Coincidentemente, na mesma manhã, uma picape da empresa paulistana, que tem atuação parecida com nossa Secretaria de Transportes e Trânsito (STT), no que se refere à fiscalização do trânsito, bateu de frente com um ônibus na zona sul de São Paulo, deixando dois “marronzinhos” – como são chamados – feridos. Acidentes acontecem e não se pretende aqui pré-julgar esses agentes públicos, que acabaram por invadir a contramão, colidir contra o coletivo e – por azar – complicar em muito o trânsito em toda aquela região da Capital.


Porém, há que se traçar alguns paralelos entre os agentes de trânsito da Capital com os de Guarulhos, que muito além da semelhança no uniforme, têm uma ânsia enorme de aplicar multas contra motoristas infratores, sem – no entanto -, em muitos casos, cumprirem regras simples de trânsito. Não é raro lá, como aqui, ver veículos do Trânsito com condutores falando ao celular e mudando de faixa sem dar seta. Muitas vezes, inclusive, estacionam sobre calçadas ou em locais proibidos justamente para coibir a infração praticada por outros, quando deveriam ser exemplos.


Neste sentido, seria importante buscar os motivos que levam a esse tipo de atitude que, via de regra, causa grande irritação aos motoristas em geral. Lógico que se deve defender, até o último momento, o cumprimento das regras, não só de trânsito. Porém, percebe-se um certo exagero na punição, em alguns momentos. Geralmente, isso ocorre devido a pressão que muitos podem sofrer para cumprir metas na aplicação de multas, o que é um grande erro.


Precisaria haver muito mais ações preventivas do que punitivas. Investimentos deveriam ser priorizados para a educação dos motoristas. Em vez de radares fotográficos para multar, por exemplo, causaria muito mais resultados em termos de educação e prevenção as lombadas eletrônicas, bem sinalizadas, onde os motoristas acabam por reduzir já que visualizam a velocidade de forma clara. Mas não só em Guarulhos, como também em São Paulo, o grande objetivo é multar – ou melhor – arrecadar.

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