A Fitch reafirmou nesta quinta-feira o rating do Chile em A, com perspectiva estável. A agência diz que o país possui balanço "relativamente forte", com relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) bem abaixo dos pares, indicadores de governança sólidos e um histórico de políticas macroeconômicas dignas de crédito, centradas em um regime de metas de inflação e câmbio flexível. Essas forças são contrabalançadas por uma renda per capita que deve seguir baixa em relação aos pares, pela alta dependência de commodities e por métricas de alavancagem externa e de liquidez mais fracas.
A Fitch lembra que o Chile terá uma série de eventos políticos, incluindo eleições para a presidência e o Congresso em 23 de novembro, com possível segundo turno em 18 de dezembro no caso da primeira. Seja quem ganhar a presidência, haverá pressão por mais gastos públicos em programas sociais, projeta ela. As relações entre o Congresso e o presidente devem se mostrar cruciais para a orientação política da nova administração, acredita. Já a Assembleia Constituinte tem fim previsto em junho de 2022, mas o trabalho para escrever a nova Carta pode ser prorrogado.
Para a agência, as linhas gerais da economia chilena devem ser mantidas, com mudanças potenciais como uma expansão do mandato do banco central, para levar em conta não apenas a inflação, mas também considerações sobre o crescimento ou o mercado de trabalho. "Regras ambientais e regulações mais estritas e mudanças nos direitos de uso da água podem afetar os importantes setores de mineração e agricultura."
A Fitch projeta que o Chile cresça 10,8% em 2021. Neste ano e no anterior, o país teve uma das maiores respostas fiscais no mundo para combater o impacto da pandemia, de quase 15% do PIB, aponta. Em 2022, o crescimento econômico deve desacelerar a 2,5%, com a retirada de estímulos fiscal e monetário.