A Fitch reiterou os ratings AA- do Reino Unido e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), com perspectiva negativa. A agência de classificação de risco ressaltou que a decisão reflete as perspectivas incertas de consolidação fiscal e a crescente dívida pública do país, tendo em vista o cenário macroeconômico desafiador.
Este cenário inclui o crescimento fraco junto a riscos de inflação persistente, aumento nos custos de empréstimo, pressões de gastos devido a crise do custo de vida e a proximidade das eleições gerais, descreve a Fitch.
A agência nota que o déficit geral do governo em 2022 alcançou 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB), menor do que a projeção de 6,6%, refletindo avanço forte da receita e menores gastos orçamentários. Em 2024, a Fitch espera que o déficit reduza para 3,7% do PIB, por conta de pagamentos de juros mais baixos e eliminação de iniciativas de suporte fiscal do governo. "No entanto, o déficit do Reino Unido permanecerá maior do que os pares (mediana do déficit projetado AA de 0,9%) e acima dos níveis pré-pandêmicos", alerta.
<b>BoE</b>
Sobre a classificação do BoE, a Fitch esclarece que os ratings do banco central estão diretamente conectados aos ratings soberanos do Reino Unido e, por isso, manteve a perspectiva negativa. A agência ainda explica que, atualmente, avalia apenas os títulos em dólares americanos com vencimento em três anos do BoE.
"A classificação não se aplica a passivos típicos do BoE como banco central, por exemplo, notas bancárias ou reservas de bancos comerciais que são passivos monetários em vez de dívida tributável", conclui a Fitch.