Os ânimos entre Flamengo e Federação de Futebol do Rio (Ferj) seguem acirrados e uma trégua entre as duas instituições parece estar longe de acontecer. Neste domingo, o clube rubro-negro publicou nota repudiando a invasão ao vestiário do Macaé, mas afirmou que “causa maior estranheza” que o fato tenha acontecido “justamente quando nos posicionamos contra a postura ditatorial” da Ferj.
Já a federação postou nota aludindo à polêmica do tabelamento de ingressos, em que afirma que “a atual administração do Flamengo utiliza-se da mídia para incitar a torcida”, além de criticar também o Fluminense por “covardemente” comparar “a decisão dos clubes quanto a um campeonato de futebol com um dos períodos mais negros de nossa história”, aludindo ao comunicado divulgado na semana passada pelo clube tricolor, em classificava como “ditatorial” a postura da Ferj.
No sábado, antes da estreia do Flamengo no Campeonato Carioca, integrantes de uma organizada do clube aproveitaram a chegada do ônibus com a delegação do Macaé para invadir o vestiário da equipe do interior no estádio Claudio Moacyr. O goleiro Ricardo Berna afirmou ter sido agredido e apareceu com o queixo cortado.
Neste domingo, o Flamengo divulgou nota declarando que “repudia, combate e desencoraja qualquer tipo de violência física ou verbal e exige a total apuração dos fatos lamentáveis ocorridos no estádio Moacyrzão”.
Mas o clube sugeriu responsabilidade da Ferj. “O que nos causa maior estranheza neste evento é o fato de que, depois de um Campeonato Brasileiro sem nenhum incidente envolvendo a torcida do Flamengo, ele tenha ocorrido logo no primeiro jogo do Campeonato Carioca, justamente quando nos posicionamos contra a postura ditatorial da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e de termos nosso presidente ofendido publicamente pelo principal dirigente da entidade”, prosseguiu o texto.
Na sexta-feira passada, o presidente do rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, abandonou a reunião do Conselho Arbitral da Ferj alegando que fora ofendido pelo presidente da federação, Rubens Lopes. “Estranhamos também o fato de a organização do jogo, segundo testemunho de representante da Ferj, ter designado apenas um profissional para cuidar da segurança de um portão de entrada aos vestiários, em partida com lotação máxima. Isto prova, no mínimo, desleixo de quem tinha como obrigação garantir a segurança necessária para o espetáculo”, continuou o comunicado.
Também neste domingo, a federação do Rio publicou nota afirmando que a direção do clube rubro-negro, “utilizando-se do grande prestígio e da credibilidade da instituição Flamengo, transforma uma iniciativa benéfica para todos os torcedores cariocas em um jogo político e de poder, sem se preocupar com os malefícios ao futebol como um todo”, em referência à polêmica envolvendo o preço dos ingressos.
“A Federação de Futebol do Rio de Janeiro repudia veementemente todo o conteúdo da nota expedida pelo Conselho Diretor do Flamengo, teor este ofensivo ao seu Presidente, Rubens Lopes da Costa Filho, o qual vem sendo, insistentemente, o alvo de Fluminense e Flamengo por uma decisão tomada exclusivamente pelos clubes”, considerou o texto.
“A Federação de Futebol do Rio de Janeiro sempre se posicionou pelo diálogo entre Flamengo, Fluminense e demais clubes, já que também não tem o poder de impor outra medida diferente daquela decidida democraticamente, porém, desde o princípio, tanto Flamengo e Fluminense, através de notas à imprensa, deixaram claro sua posição de atacar a Federação e a pessoa de seu Presidente, imputando-lhe uma culpa que não lhe cabe”, concluiu a nota da entidade.
MARACANÃ – Após indefinição, a partida entre Flamengo e Barra Mansa, nesta quarta-feira, foi confirmada para o Maracanã. O estádio será aberto apenas parcialmente e os valores dos ingressos respeitarão o estabelecido pela Ferj apenas em um primeiro lote.