A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou durante entrevista coletiva nesta quarta-feira que a recuperação global "continua, porém o caminho adiante é mais desafiador". Em sua fala inicial, ela destacou riscos à retomada e também a desigualdade entre países, nesse contexto. Segundo a autoridade, a oferta limitada de vacinas contra a covid-19 e pouco espaço para a adoção de mais estímulos freiam a retomada entre países emergentes. Georgieva ainda destacou, nesse grupo de países, o avanço da inflação.
"É preocupante que, para alguns emergentes, as pressões de preços já são mais resistentes", disse ela, complementando que isso tenderá a levar a uma política monetária mais restrita. Ela afirmou que algumas escolhas terão de ser feitas, nesse contexto.
Sobre as vacinas contra a covid-19, Georgieva notou também que os países mais ricos devem continuar a colaborar, a fim de que ainda seja possível cumprir a meta de vacinar 40% da população de cada país do mundo até o fim deste ano e 70% até meados de 2022.
Ela considerou que aquelas nações que entraram na crise provocada pela pandemia "com fundamentos fortes estão se saindo melhor" do que os demais.
Logo no início de sua fala, Georgieva comentou a investigação feita sobre suposta interferência dela na elaboração de um relatório do Banco Mundial, na época em que comandava essa instituição. Ela agradeceu o fato de ter sido ouvida nesta "revisão abrangente e imparcial", que acabou com os membros do FMI reafirmando a confiança na diretora-gerente e mantendo-a no posto. "É ótimo ser capaz de me concentrar exclusivamente no trabalho à frente", destacou.
Questionada se isso poderia atrapalhar a colaboração entre o Fundo e o Banco Mundial, Georgieva descartou esse risco, citando trabalhos conjuntos em andamento entre as duas instituições. "A colaboração com o Banco Mundial tem ocorrido há décadas e prosseguirá", afirmou ela, dizendo ainda que "ama" as duas instituições.