Analistas do mercado financeiro não param de fazer revisões para baixo para o desempenho da economia brasileira em 2014. De acordo com o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 18, pelo Banco Central, a mediana das estimativas passou de 0,81% para 0,79%. Há quatro semanas, a expectativa era de 0,97%.
As sucessivas quedas das estimativas para este indicador vêm chamando a atenção até da imprensa internacional. Na semana passada, o site do Financial Times destacou que esse movimento contínuo era semelhante à “dança da cordinha”, referência à música apresentada pelo grupo É o Tchan na qual a cada volta se desce mais um pouco. Para 2015, porém, a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) ficou estacionada em 1,20%. Um mês atrás, a mediana estava em 1,50%.
A expectativa para o fraco crescimento é explicada pelas previsões negativas do mercado para o setor industrial. Para 2014, a mediana das estimativas passou de uma retração de 1,53% para uma queda de 1,76%. Para 2015, porém, a previsão segue em alta de 1,70% há quatro semanas antes.
Os analistas corrigiram também suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014. A Focus de hoje aponta uma mediana de 34,89% ante taxa de 34,85% da semana passada e de um mês atrás. Para 2015, segue em 35,00% há nove semanas.
Inflação
O Relatório Focus revelou também que a projeção para o Índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) de 2014 caiu levemente, de 6,26% para 6,25%. Há quatro semanas, a estimativa era de 6,44%. Esta é a quinta semana consecutiva em que há diminuição das previsões. Já para 2015, a mediana das estimativas seguiu em 6,25% de uma semana para outra. Um mês antes, a expectativa mediana estava em 6,12%. A previsão suavizada para o IPCA para os 12 meses à frente, porém, aumentou de 6,19% para 6,21%. Há quatro semanas estava em 5,95%.
Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo passou de 6,33% para 6,32%. Para 2015, a previsão mediana dos cinco analistas continuou em 6,48%. Quatro semanas atrás, o grupo previa taxa de 6,51% para 2014 e de 6,75% para 2015. Para o curto prazo, a mediana das estimativas para o IPCA de agosto caiu de 0,25% para 0,24%. Já para setembro, o ponto central da pesquisa permaneceu em 0,40%.