Saúde

“Foi o maior desafio da minha carreira”, diz diretora do 3CGru após última alta

Liliana afirmou que a falta de informações sobre a nova doença foi obstáculo para a equipe médica

A última das mais de 600 altas do 3CGru, hospital de campanha de Guarulhos no combate ao coronavírus, aconteceu na tarde desta quarta-feira, 2/9. Diretora-geral da unidade, a médica Liliana Deucher Dutra garante que, durante os cinco meses de trabalho no local – que será desativado nesta sexta-feira, 4/09 – viveu o maior desafio de sua carreira.

Em 12 de março, antes do decreto que determinou a quarentena em São Paulo, Guarulhos resolveu montar o Centro de Combate ao Coronavírus. Em sete dias, a estrutura foi montada e no fim daquele mesmo mês, a triagem começou a ser efetuada. Em 5 de abril, as internações começaram a ser realizadas. Desde então, mais de 40 mil atendimentos foram feitos no local.

Ao GuarulhosWeb, Liliana confessou que a falta de informações a respeito da nova doença dificultou os trabalhos da equipe médica. “Uma situação de pandemia nunca vivida, um afastamento social nunca sentido, um número de perdas tão grande e tão doloroso que, infelizmente, ainda está em alta no mundo. Muito pouco se conhece, apesar de toda dedicação dos cientistas que, como nós, estudam continuamente ao longo destes meses para fazer e dar o seu melhor”, apontou.

Questionada se, em algum momento os médicos tiveram que alterar procedimentos em atendimento aos pacientes de acordo com novas informações do vírus, a médica reforçou o apoio da equipe. “O hospital de campanha sempre contou com profissionais doutores e intensivistas que participavam em grupos de estudos, trazendo o que de melhor poderíamos fornecer em tratamento. Por isso, e pelas bênçãos de Deus, conseguimos esses bons números na cidade”, complementou.

Por fim, ao término dos trabalhos no 3CGru, ela agradeceu aos profissionais que estiveram ao seu lado durante o maior desafio da sua carreira. “Manter todos os funcionários e profissionais da tenda o mais protegidos possível, sempre controlando os EPIs, o uso contínuo deles por todos, o risco dos médicos que faziam a intubação e os cuidados dos enfermeiros, que foram alvos de minhas orações diárias. Trabalhar com essa realidade de risco de morte também é uma questão super angustiante e sem dúvida uma missão. Cabe os meus agradecimentos aos profissionais dedicados que convidemos ao longo destes meses. Foi, sem dúvida, um marco em todas as carreiras que atuaram diretamente com o coronavírus e o maior desafio da minha carreira”, finalizou.

Posso ajudar?