As forças de operações especiais dos Estados Unidos realizaram um "ataque de contraterrorismo" no noroeste da Síria nesta quinta-feira, 3. O Pentágono avaliou a ação como uma "missão bem-sucedida". A Defesa Civil síria relatou que 13 pessoas foram mortas, incluindo seis crianças e quatro mulheres.
Vários moradores disseram à <i>Associated Press</i> que viram partes de corpos espalhados perto da casa que foi invadida na vila de Atmeh, na província de Idlib, controlada pelos rebeldes, perto da fronteira com a Turquia. Eles falaram sob condição de anonimato por medo de represálias após o ataque, que, segundo eles, envolveu helicópteros, explosões e tiros de metralhadora.
Houve pelo menos uma grande explosão. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que tropas da coalizão liderada pelos EUA pousaram helicópteros na área e atacaram uma casa. Segundo a organização, a força entrou em confronto com os combatentes em solo, situação que foi testemunhada por Taher al-Omar, um ativista de Idlib.
O secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, disse em um breve comunicado que a missão foi um sucesso. "Não houve vítimas dos EUA. Mais informações serão fornecidas assim que estiverem disponíveis."
O Pentágono não forneceu detalhes sobre quem era o alvo do ataque, ou se algum inimigo ou civil foi morto ou ferido. Idlib é o lar de vários agentes da Al-Qaeda e outros grupos militantes. Fontes sírias disseram que se acredita que o alvo tenha sido um líder jihadista.
Moradores e ativistas da área descreveram ter testemunhado um grande ataque terrestre, com as forças dos EUA usando alto-falantes e pedindo que mulheres e crianças deixassem a área. Eles descreveram a operação como a maior desde o assassinato do líder do grupo Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi, em outubro de 2019.
A operação militar chamou a atenção nas redes sociais, com tweets da região descrevendo helicópteros disparando ao redor do prédio perto de Atmeh. Os dados de rastreamento de voo também sugeriram que vários drones estavam circulando a cidade de Sarmada e a vila de Salwah, ao norte do local do ataque.
A operação ocorreu quando o grupo Estado Islâmico parecia tentar um retorno depois que seus esforços para estabelecer um califado falhou em 2019, após vários anos de combates na Síria e no Iraque. Nas últimas semanas e meses, o grupo lançou uma série de ataques na região, incluindo um ataque de 10 dias no final do mês passado para tomar a prisão de Gweiran, também conhecida como prisão de al-Sinaa, no nordeste da Síria. Uma força liderada pelos curdos, apoiada pelos EUA, disse na segunda-feira, 31, que a prisão está agora totalmente sob seu controle.
As Forças Democráticas da Síria disseram que mais de 120 de seus combatentes e funcionários da prisão morreram no esforço para frustrar o plano. A prisão abriga pelo menos 3.000 detidos do grupo Estado Islâmico. Fonte: Associated Press.