O plano de atuação do Exército e da Marinha no Rio Grande do Norte prevê patrulhamento dos militares principalmente nos pontos turísticos e nos corredores viários de Natal. Pelas periferias da cidade, não é possível sentir o reforço da segurança dos militares.
“Essa é uma operação a quatro mãos”, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao explicar que o Exército ficaria nesses pontos. Segundo ele, a ideia é liberar policiais militares e civis para reforçar o patrulhamento no interior do Estado e organizar operações especiais para identificar os autores dos atentados. Segundo a Polícia Civil, até aqui, uma centena de pessoas já foram presas.
Um dos pontos patrulhados pelos militares das Forças Armadas foi a Avenida Romualdo Galvão, no bairro Lagoa Nova, onde fica um dos principais shoppings centers da capital. Também havia homens com o uniforme verde e fuzil na orla da praia de Ponta Negra, a mais badalada de Natal.
O Exército não informou sobre o eventual uso de veículos blindados ou de outros equipamentos de maior porte no auxílio à segurança pública do Estado. Entre os policiais potiguares, entretanto, a vantagem da presença dos soldados está nos fuzis que eles carregam.
“A bandidagem pode não se intimidar com mais gente nas ruas. A diferença é que, agora, são soldados com fuzis”, disse um policial do 4º Distrito Policial de Natal, delegacia que, até quarta-feira, coordenava as operações de resposta aos ataques na capital.
Centro
Até o começo da semana, o 4º DP, localizado no bairro Mãe Luiza, era o centro de inteligência da polícia – por causa de sua localização estratégica, entre as zonas norte e sul. Para o distrito eram enviadas informações de inteligência do governo para as ações que resultaram nas prisões de suspeitos de envolvimento nos ataques. Também para lá foram levados todos os presos acusados pelos atentados.
Agora, com os militares das Forças Armadas, o reforço a esse distrito foi desmobilizado e os efetivos da PM e da Polícia Civil voltaram aos batalhões e às delegacias de origem. Exército e as forças locais montaram um quartel-general de operações no Centro Administrativo do Estado. As ordens para operações especiais estão, agora, saindo do centro. E a ordem é descentralizar também os locais para onde eventuais suspeitos são levados.
Policiais civil e militares ouvidos nesta quinta-feira, 4, esperam, agora, ordem para fazer operações em outras cidades do Estado – que, até a noite desta quinta-feira, ainda não havia chegado aos integrantes das duas polícias. “Existem delegacias em que o pessoal estava de férias, de licença, e que estão trabalhando por conta própria, diante da situação”, disse um policial civil.