Nos dias 1º e 2 de fevereiro a Secretaria de Educação (SE) ofereceu encontros formativos aos mais de 8 mil profissionais que atuam nas Escolas da Prefeitura de Guarulhos (EPGs) e na rede parceira. A formação inicial integra o calendário do início do ano letivo, marcado ainda pela reunião das equipes escolares na próxima segunda-feira (5), e por reunião de famílias e educadores na terça-feira (6). A volta às aulas para mais de 120 mil alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) acontece na quarta-feira (7).
Além de iniciar o ano letivo, a formação também focou no acolhimento e no mapeamento dos territórios educativos e, para tanto, contou com 28 polos formativos organizados de modo a aproximar formadores e profissionais das demandas das escolas e das realidades de diferentes contextos.
“Em relação ao acolhimento, nosso desejo é percorrer vários espaços da rede para discutir o que é esse acolhimento, quem vamos acolher nas nossas escolas e construir subsídios e ações de recebimento junto aos grupos. No mapeamento é preciso descobrir o que nossos alunos sabem, quem são suas famílias, quais são seus territórios e qual é a cultura que envolve todas as pessoas da comunidade escolar”, explica Solange Turgante, diretora do Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógicas (Doep) de Guarulhos.
De forma descentralizada, a Secretaria organizou a formação inicial dos professores em polos localizados em diferentes regiões da cidade, como a EPG Perseu Abramo, no Jardim Presidente Dutra. “Estamos muito satisfeitos com essa descentralização da formação inicial, nos preparamos para esse momento desde o final do ano passado e acreditamos que esse compartilhamento de experiências será muito rico para todos os educadores e formadores”, comentou Letícia Moraes, vice-diretora da unidade.
Aprender e ensinar
O professor Cristiano Alcântara, coordenador pedagógico da Prefeitura de São Paulo, falou a profissionais das EPGs sobre planejamento, intencionalidade e plano de ação, ações que, no contexto de início de ano letivo, oferecem à equipe escolar a oportunidade de traçar novas estratégias para o êxito das práticas pedagógicas.
“Começamos o ano avaliando qual é a finalidade da instituição de ensino. Quando pensamos na escola levamos em conta várias possibilidades e, se não tivermos um foco do que é essencial, vamos nos perder logo na largada. A escola existe para aprendermos e ensinarmos e se todos nós tivermos clareza da razão da sua existência fica mais fácil alcançar a ideia e o motivo do nosso trabalho”, explicou Alcântara.
À luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, o advogado e psicólogo Marlon Lelis de Oliveira também conversou com os gestores sobre proteção integral e prioridade absoluta na garantia dos direitos dos alunos em suas diferentes faixas etárias.
Já a pedagoga Maria Regina Passos abordou a importância do mapeamento do território onde a escola está inserida. Segundo ela, conhecer o bairro em que a escola está, seu entorno e suas potencialidades, contribui para a formação integral preconizada pela Base Nacional Comum Curricular. A profissional avalia ainda que é importante conhecer os integrantes das famílias, o que inclui suas fontes de renda e que tipo de cultura acessam, questões que permitem a aproximação das escolas com os alunos.
É essencial também, de acordo com Maria Regina, que cada professor tenha dados sobre sua turma: quem são esses alunos, qual a quantidade de imigrantes, se há alunos negros e indígenas, como está a aprendizagem. “Da mesma forma, a gestão escolar precisa fazer um monitoramento pensando tanto nas famílias quanto em seus professores: se eles são do bairro, suas necessidades formativas e quais processos formativos vão potencializar sua atuação para promover uma educação de qualidade”.