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Formar mão de obra é estratégico

Vários indicadores definem o desenvolvimento, a independência e a soberania de uma Nação. Um é a base industrial; outro é a tecnologia; outro, ainda, é a produtividade. Mas todos têm uma causa em comum: é a educação e também a qualificação profissional.


 No passado, graças a Getúlio Vargas, foi criado o Sistema S, tendo o Senai e o Senac como vanguarda da formação da mão de obra. O próprio Lula diz que, se não tivesse se formado torneiro pelo Senai, não teria chegado onde chegou. Eu mesmo, enquanto metalúrgico, estudei no Senai. E isso fez a diferença em minha vida.


Digo isso para, mais uma vez, reforçar o apelo em prol da qualificação profissional. E digo mais: ou o Brasil qualifica nossa massa trabalhadora ou perde o bonde da história.


Recentemente, na Federação dos Metalúrgicos, manifestei, de novo, a minha preocupação. E alertei para o fato de multinacionais (como a Hyundai) preferirem importar técnicos a investir no trabalhador brasileiro. Ou seja, não importam só componentes para montar o carro. Agora, importam cérebros, quando deveriam investir no trabalhador brasileiro.


Nosso Sindicato sempre cuidou da formação profissional, organizando, inclusive, uma escola técnica, que funciona ao lado da nossa sede. Mas formamos em quantidade insuficiente para as demandas do mercado. Vale dizer que o mesmo esforço feito pelo Sindicato nós não vemos da parte dos governantes e do empresariado.


Aliás, as multinacionais se instalaram no Brasil por causada isenção de impostos, de matéria-prima farta e, principalmente, de mão de obra barata. Agora, que precisam de profissionais mais qualificados, importam técnicos da Ásia e da Europa. E eu pergunto: cadê o papel social da empresa previsto na Constituição?


A partir do governo Lula se passou a investir mais em ensino profissionalizante e se abriram escolas técnicas. Mas é pouco: o Brasil deveria ter ao menos uma escola técnica em cada um dos municípios.


Volto a reafirmar o caráter estratégico da educação e da formação profissional. O conhecimento aplicado tem um enorme poder transformador, mudando a qualidade do emprego, aumentando o salário, melhorando o padrão de produtividade e produzindo transformações sociais em todo o País.


Acorda, Brasil: está na hora de qualificar mais, abrir mais escolas técnicas e dar ao trabalhador um patamar de conhecimento de Primeiro Mundo.


 


José Pereira dos Santos


Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região


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