O dólar à vista alternou pequenas altas e baixas na primeira meia hora de negociação desta quarta-feira, 24, e oscila ao redor da cotação de fechamento de Terça-feira (23). No exterior, a divisa dos Estados Unidos tem forte alta perante as moedas desenvolvidas e sinais mistos em relação às emergentes ou ligadas a commodities. A moeda spot abriu em leve queda, virou e bateu máxima em alta para, voltar a exibir sinal negativo.
Ainda que o favoritismo de Jair Bolsonaro (PSL) persista a cinco dias da eleição em segundo turno, o mercado de câmbio assumiu algum tom de cautela por conta do aumento da rejeição e à queda no porcentual de intenção de votos do candidato na pesquisa Ibope da noite de terça.
A vantagem de Bolsonaro em relação ao presidenciável Fernando Haddad (PT) ainda é grande (14 pontos porcentuais), mesmo sendo menor daquela observada em rodadas anteriores (18 pontos porcentuais).
Na avaliação do operador da H.Commcor Cleber Alessie Machado Neto, a pesquisa Ibope exerce pressão de alta limitada sobre o câmbio nesta quarta-feira, mas tem a capacidade de aumentar a expectativa quanto ao próximo levantamento do Datafolha. A revelação de novas ideias polêmicas do filho do candidato do PSL, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, seria capaz de aumentar a rejeição do presidenciável.
O deputado reeleito pelo PSL de São Paulo criticou e desqualificou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em julho, durante uma audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara.
No discurso, registrado pela TV Câmara e disponível na internet, o deputado aborda a possibilidade de uma ruptura mais dolorosa do que alterar a composição do tribunal – uma ideia citada pelo pai em campanha – e diz duvidar que manifestantes possam vir a defender a volta de ministros da Corte Suprema.
Como vetor principal no câmbio, entretanto, está o exterior, na avaliação de Machado Neto. A moeda americana tem alta forte perante o euro, o que faz o Dollar Index (DXY) subir 0,44% às 9h55.
A moeda europeia marcou nesta quarta os menores níveis em nove semanas após a divulgação de índices de gerentes de compras (PMIs) mais fracos do que o esperado tanto da zona do euro quanto da Alemanha. Além disso, há a perspectiva de o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ser mais “dovish” (favorável à manutenção de estímulos) na entrevista coletiva que se seguirá à decisão de política monetária da instituição amanhã.
Perto do horário acima, o dólar à vista recuava 0,10% aos R$ 3,6976. Na mínima, pouco antes, valia aos R$ 3,6926 em queda de 0,24%. Na máxima, perto das 9h20, foi aos R$ 3,7086 (+0,20%).