Variedades

Fotógrafo sul-coreano Leekyung Kim exibe 99 imagens de 13 espetáculos

Logo após enfrentar A Valsa N.º 6, em 2012, o diretor Eric Lenate decidiu, sem descanso, mergulhar no Vestido de Noiva (2013), de Nelson Rodrigues. No aguardado dia da estreia, momentos antes das três badaladas, Lenate recebeu uma visita inesperada. “Um homem com nome estranho”, ele brinca em seu relato sobre o fotógrafo sul-coreano Leekyung Kim, que abre nesta quarta (9) a exposição Na Cena, no Centro Compartilhado de Criação, com 99 fotografias de 13 espetáculos.

O resultado daquela noite confirmou a Kim, que vive no Brasil já há dez anos, novos horizontes em São Paulo. Sua vinda para o País surgiu de um convite para dirigir o centro cultural da comunidade coreana no Bom Retiro. Desde aquela época, a convivência apenas com conterrâneos passou a dificultar o aprendizado da língua portuguesa. Ao “sair da toca”, ele conta que pôde enxergar a produção teatral espalhada pela cidade, tão vasta quanto seu material.

Na exposição, ao lado de Vestido de Noiva – montagem preferida de Kim -, juntam-se as fotos de Terra de Ninguém, dirigida por Roberto Alvim; Urinal, o Musical, de Zé Henrique de Paula; e Os Adultos Estão na Sala, de Michelle Ferreira. Com trabalhos tão diferentes, e assinaturas de diretores tão singulares, Kim afirma com rapidez quais foram as montagens mais desafiantes para fotografar. “As peças do Alvim!”, referindo-se a Caesar e Fantasmas. “A baixa iluminação na cena exige que eu faça cliques sem me mexer.”

Ele explica que um espetáculo rende 700, 800 fotografias em média, por sessão. Em seguida, Kim vê as fotos, uma a uma, para então selecionar as melhores. “Levo uma semana para organizar e escolho cerca de 30% do total.”

De 2013 para cá, Kim já fotografou mais 60 peças que estrearam ou passaram pela cidade, fora alguns espetáculos que ainda não entraram em cartaz. Essas fotos, ele confessa, não são as suas preferidas. “Prefiro fotografar as montagens depois que já estão cumprindo temporada. O teatro é vivo e esse encontro se completa com a presença da plateia. Além disso, procuro perceber a reação do público para guiar meu trabalho.”

Kim acrescenta que, para não incomodar o público durante as peças, ele precisou fazer alguns investimentos, recentemente, como em um novo modelo de câmera que não faz barulho enquanto fotografa.

Se na Coreia do Sul, a cena é bastante formal, para Kim, flagrar o teatro paulistano é “manter a criatividade livre”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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